Quatro policiais militares lotados no 30º Batalhão, que tem sede na zona norte de Londrina, foram presos temporariamente, nesta quarta-feira (5), durante a operação Rebote, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O MP-PR (Ministério Público do Paraná), junto com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, também cumpriu seis mandados de busca e operação, em Londrina e Ibiporã, em endereços ligados aos alvos.

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Os soldados, que fazem parte da Rotam (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana), são suspeitos de associação para o tráfico de drogas, tráfico e peculato. “A apuração, em conjunto com a Corregedoria da PM, apontou que um homem identificava os locais de pontos de droga para os policiais militares e estes policiais, quando faziam as ‘batidas’, apreendiam as drogas e o dinheiro. Mas ao invés de darem a destinação devida, eles passavam a comercializar essa droga e se apropriavam do dinheiro”, destacou o promotor Jorge Barreto Costa, coordenador do Gaeco em Londrina.

A operação é um desdobramento da prisão de um policial militar em janeiro, que foi flagrado por um drone da PM recebendo uma sacola com dinheiro de um suspeito de gerenciar pontos de tráfico de drogas na zona norte. Este soldado estava afastado desde então, conseguiu a liberdade e usava tornozeleira eletrônica, no entanto, voltou a ser detido nesta quarta. “Com base no que foi apreendido (em janeiro) partimos para buscar identificar outras pessoas ligadas a este policial. Chegamos a estes outros três, que seriam da mesma equipe e praticavam os mesmos crimes.”

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Os policiais foram transferidos, ainda durante a manhã, para o Batalhão que fica em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. “Um já respondia processo e estava impedido de ir nas instalações militares. Os outros três estavam trabalhando, mas agora a função pública deles é cessada e a polícia vai abrir um processo administrativo para verificar a capacidade de permanecerem ou não na corporação”, explicou o major Ricardo Eguedis, subcomandante do 30º Batalhão.

Os aparelhos eletrônicos apreendidos com os quatro serão periciados. “A investigação tem foco nestes quatro policiais, no entanto, a análise do que foi recolhido pode resultar em outras situações, como a identificação de outras pessoas”, frisou Costa.

‘TRABALHO CORRECIONAL’

A Polícia Militar frisou que não tolera comportamentos criminosos dos agentes. “Infelizmente, todas as profissões têm pessoas que acabam não seguindo a regra. Temos milhares de homens e mulheres policiais militares que dão a vida em nome da proteção da sociedade. O policial que é identificado em condutas ilegais não pode permanecer e nesse caso foi feito o trabalho correcional da polícia para que tenhamos agentes em campo que estejam trabalhando dentro da lei e da justiça, nunca corroborando para atividades ilícitas”, defendeu Eguedis.

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