Dimitri do Valle
De Curitiba
Dez policiais militares do 13º Batalhão estão sendo acusados de tortura. A denúncia foi formalizada ontem pelos advogados Nelson Ribeiro e Haroldo Ribeiro Júnior no 2º Distrito Policial. Os dois irmãos afirmam que foram presos ilegalmente e submetidos à sessões de espancamento na saída do clássico entre Atlético Paranaense e Coritiba, no domingo passado. A confusão teria começado quando os advogados protestaram contra agressões que policiais estariam promovendo contra um torcedor.
O comando do batalhão determinou a instauração de sindicância para apurar se houve abuso de autoridade dos policiais. O processo militar tem 30 dias para ser concluído. Apesar das denúncias, todos os policiais, entre eles dois tenentes, continuarão exercendo suas atividades normais. ‘‘Não há motivos para afastá-los. As medidas estão sendo tomadas para verificar a ocorrência ou não de excessos’’, informou o chefe da Comunicação Social da PM, major José Paulo Betes.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) designou um representante para acompanhar o caso. O advogado Haroldo Ribeiro Júnior foi o primeiro a ser preso. Ele contou que após exigir providências contra as agressões ao torcedor, foi mandado embora pelo tenente Caron, acusado de nada fazer para impedir os abusos. Haroldo começou a anotar os nomes dos policiais. Logo depois, um soldado identificado apenas como Eduardo, teria acertado o advogado com golpes de cassetete.
Sem oferecer reação, o advogado contou que foi preso, mas continuou a levar tapas e golpes de cassetete dentro de um ônibus da PM. Em seguida, o advogado foi conduzido para uma sala de triagem usada pela PM no estádio da Baixada. Ali, ele continuou a sofrer agressões junto com outros torcedores. O irmão Nelson também foi preso ao tentar suspender as agressões. ‘‘Sempre identificando-me como advogado, coloquei-me entre ele (Haroldo) e os marginais fardados, para evitar a truculência e tentar acompanhar meu irmão dentro da sala’’, recordou.
A atitude de Nelson custou sua prisão. Ele denunciou que os PMs fizeram questão de torturar os torcedores até na hora de algemá-los. ‘‘Todos nós fomos algemados com a máxima força, com as mãos para trás, o que causou ferimentos relatados em laudo médico’’, descreveu. O advogado declarou que todos apanharam no escuro para impedir que mais policiais fossem identificados.Agressão aconteceu na saída do jogo entre o Atlético Paranaense e Corit iba, no domingo. OAB vai acompanhar investigação
Albari RosaPROVIDÊNCIASHaroldo Ribeiro Júnior entregou ontem a denúncia ao delegado Eduardo Cabral Júnior do 2º Distrit o Policial