O capitão Marcos Vinícius Koch, do 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM) de Londrina, concluiu ontem o flagrante relativo ao espancamento e morte do carregador Jamys Smith da Silva, 20 anos, ocorrido no último domingo. O documento será protocolado hoje na Auditoria Militar, em Curitiba, que irá instaurar oficialmente o inquérito policial militar (IPM). Dos quatro soldados envolvidos diretamente no crime, somente dois foram presos. Os outros dois foram afastados das ruas e poderiam ter suas prisões preventivas pedidas ontem mas o oficial optou por esperar a oitiva de outras testemunhas.
Segundo a assessoria do 5º BPM, o capitão não ingressou com pedido de prisão preventiva dos outros dois envolvidos porque tal medida não preenchia os requisitos do artigo 255 do Código de Processo Penal Militar (CPPM), que são: garantia da ordem pública; conveniência da instrução criminal; periculosidade do indiciado; segurança da aplicação da lei penal militar; exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares; quando ficarem ameaçados os atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado
Além disso, conforme a assessoria da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Koch teria preferido esperar os depoimentos de uma enfermeira e de uma médica do Pronto Atendimento Municipal (PAM), para onde Jamys foi levado em uma viatura mas já teria chegado morto. A oitiva deveria ter acontecido ontem mas foi adiada para segunda-feira. Outras duas testemunhas indicadas pela mãe de Jamys deverão ser ouvidas na terça-feira. As investigações estão sendo acompanhadas por dois membros do Ministério Público e por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB-PR).
Jamys foi espancado na madrugada de domingo por policiais militares que apuravam uma reclamação de perturbação do sossego por causa de uma festa que acontecia na casa da vítima, no Jardim Santa Fé (Zona Leste). Ele teria se recusado a abaixar o volume da música e, na confusão, foi agredido com cassetete, socos e pontapés, que provocaram uma grave hemorragia interna. O crime gerou a prisão de dois policiais Juliano Ferraz Dias e Marco Aurélio da Silva Barbosa , o afastamento de outros 20 e derrubou o então comandante do 5º BPM, tenente-coronel Manoel da Cruz Neto. Seu substituto é o major Marcos de Castro Palma, que estava sendo aguardado ontem mas não assumiu. Enquanto isso, quem comanda interinamente o batalhão é o major Altivir Cieslack, que trabalhava com Cruz Neto e colocou o cargo à disposição.