O Plano Estadual de Imunização pretende vacinar o total de 4.019.115 que estão no grupo prioritário, mas a expectativa do Governo do Estado em vacinar toda a população acima de 18 anos ao longo do ano de 2021, de acordo com o recebimento das vacinas. Segundo o plano, esta vacinação ocorrerá de acordo com o recebimento dos imunizantes, de forma gradual e escalonada.

Planos Estadual e Municipal definem que a vacinação ocorrerá de acordo com o recebimento dos imunizantes, de forma gradual e escalonada.
Planos Estadual e Municipal definem que a vacinação ocorrerá de acordo com o recebimento dos imunizantes, de forma gradual e escalonada. | Foto: Paulo Guereta/AEN

O médico infectologista da CCIH (Controle de Controle de Infecção Hospitalar) da Santa Casa de Londrina, Walton Tedesco Jr. revelou como a notícia da aprovação do uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford foi recebida pela equipe médica do Iscal.

“Todos recebemos a notícia com muita alegria e esperança. A vacina é a única real esperança de mudar esse cenário sombrio. Em relação ao plano de imunização, pelo papel e prioridades me parece muito adequado, mas precisamos esperar se realmente irão chegar essas doses necessárias”, destacou.

“Não sei ainda quantas dessas 12 mil ou 13 mil doses (destinadas para Londrina) virão para a Santa Casa para que possamos programar melhor, porém, a tendência é que a prioridade seja para os profissionais que estejam mais na linha de frente, com maior contato com pacientes com Covid, independente se é médico, enfermeiro, fisioterapeuta etc.”

De acordo com o plano estadual, pretende-se, a partir das projeções do IBGE 2020 no Paraná, que estima um total de 11.516.840 pessoas residentes, expandir a longo prazo a estratégia de vacinação para a população acima de 18 anos de idade ainda não vacinada, que perfaz um total de 8.736.014 pessoas. Pelo plano, para caracterização dos grupos alvos, determinando assim a população a ser vacinada, levou-se em conta alguns critérios como: risco de exposição à doença; risco de desenvolver formas graves da doença; risco de transmissibilidade da doença; dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Determinadas condições e/ou comorbidades elevam o risco para o desenvolvimento de formas graves da doença, como: idade superior a 60 anos; diabetes mellitus; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; hipertensão; indivíduos transplantados de órgãos sólidos; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40) e populações indígenas.

O plano aponta que após o recebimento dos lotes no Aeroporto Afonso Pena, será realizada a conferência e organização para o envio no Cemepar (Centro de Medicamentos do Paraná). As caixas com o imunizante seguirão via terrestre acondicionadas em caminhões baús refrigerados (com sistema de rastreamento via satélite), até as 22 Regionais de Saúde onde serão guardadas em câmaras frias. Em locais mais afastados as caixas serão transportadas por aviões. Cada município é responsável por retirar as caixas com as quantidades de doses para aplicação na sua população.

Para garantir uma vacinação segura, seguindo os protocolos de segurança e transmissibilidade da Covid-19, a SESA presta suporte às Regionais de Saúde em relação a insumos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), visando atender as necessidades dos municípios paranaenses. As Regionais de Saúde serão responsáveis pelo recebimento, armazenamento e posterior distribuição da vacina contra a COVID-19 aos municípios de sua área de abrangência. O sistema de informação do Ministério da Saúde deverá ser igualmente alimentado pelas Regionais de Saúde.

PLANO MUNICIPAL

O Plano Municipal de Imunização dividiu a vacinação em várias fases. Na primeira fase serão vacinadas 26 mil pessoas: (Idosos em asilos e trabalhadores de saúde). O número de doses estimadas é de 52 mil doses, bem acima das pouco mais de 13 mil disponibilizadas pelo Ministério da Saúde neste momento.

Na segunda fase serão vacinadas os idosos a partir de 60 anos, porque 85% dos óbitos de Coronavírus no município de Londrina se concentram neste público. Nessa fase serão necessárias 170 mil doses.

A terceira fase atingirá 21 mil pessoas e abrange pessoas com comorbidades, como a Diabetes Mellitus, hipertensão; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; e aqueles com anemia falciforme, câncer, obesidade grave (IMC ≥ 40). O número de doses estimadas para esta fase são 42 mil doses.

Na quarta fase são esperadas 38.500 mil pessoas. O público será composto por professores, do nível básico ao superior; forças de segurança e salvamento; funcionários do sistema prisional; pessoas em situação de rua; pessoas com deficiência permanente severa; e trabalhadores de transporte (rodoviário, aéreo, caminhoneiros). O número de doses estimadas é de 77 mil doses.

Londrina possui capacidade de armazenamento até 250 mil doses; 118.286 seringas e agulhas, entre outros materiais; e quatro veículos para distribuição diária. Serão mobilizados 200 vacinadores distribuídos em uma central de armazenamento, 50 salas de vacinação, 10 equipes volantes para vacinação extra muro (das 7 às 22 horas) e em uma central de digitação e inteligência. Além das UBS, o plano prevê o uso de espaços como o Moringão, autódromo Ayrton Senna, Parque de Exposições Ney Braga e escolas.

CONTRAINDICAÇÃO

De acordo com as pesquisas em andamento, e os critérios de exclusão utilizados nestes estudos, não devem ser vacinadas: pessoas menores de 18 anos de idade (Atençãoː este limite de faixa etária pode variar entre as vacinas, portanto sempre será recomendada a confirmação desta informação diretamente na bula); gestantes e pessoas com histórico de reação anafilática confirmada associada a dose anterior da vacina contra Covid-19 ou a qualquer um de seus componentes. Porém, de acordo com o Plano de Vacinação, a contraindicação pode variar conforme o tipo da vacina.

A Sesa também não recomenda a administração simultânea de vacinas. A orientação é que as vacinas sejam aplicadas com intervalo de no mínimo de 30 dias entre uma e outra.

A reportagem procurou a superintendente do HU/UEL (Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina), Vivian Feijó, para comentar sobre os planos municipal e estadual, mas ela disse que estava cheia de atribuições e que não poderia responder às perguntas da reportagem.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná, Rogério Alexsander Sakuma, também foi procurado, mas só emitiu a seguinte resposta. “O sindicato não está mais atuante por falta de recursos financeiros, reconhecimento, motivação. Infelizmente."

Flávia Gomide, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, achou que tinham sido as secretarias municipais que pediram a lista de nomes. “Agora parece que é o estado. Bom, não recebemos nenhum e-mail oficial dando datas concretas (da vacinação). Mas sabemos que será logo”, destacou. Ela disse que ainda não teve tempo de ler o Plano Estadual de Imunização para avaliá-lo.