Plano de emergência vai combater criminalidade juvenil em Umuarama
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 21 de agosto de 2001
Vânia Moreira<BR>De Umuarama
O assassinato de um adolescente por causa de drogas assustou a população de Umuarama e levou as autoridades a criarem um plano de emergência para prevenir e combater a marginalidade infanto-juvenil no município. O estudante Diego Rinaldo Lemes de Camargo, 17 anos, foi morto quinta-feira passada com pancadas de revólver na cabeça. Preso domingo, E.G. 17 anos, confessou ter matado o estudante por causa de uma dívida de crack no valor de R$ 150,00. Diego era filho do engenheiro civil José Cláudio Camargo. O crime chocou os moradores.
O assunto foi tema de uma reunião segunda-feira à tarde no Fórum convocada pela juíza da Vara da Infância e Juventude. O encontro reuniu juízes, promotores, policiais, representantes de associações de bairro e de entidades de assistência ao menor. O consumo de drogas, principalmente o crack e a cocaína, está aumentando na cidade. As autoridades reconheceram que é preciso melhorar a fiscalização e o policiamento e criar novos projetos para tirar crianças e jovens das ruas.
O prefeito Fernando Scavanaca (PPB) cobrou melhor fiscalização sobre a venda de bebidas alcoólicas para menores, alegando que o uso de drogas começa sempre pelo álcool. O prefeito informou que pretende montar fábricas comunitárias nos bairros para empregar adolescentes carentes ou infratores. ''Nenhum programa de reabilitação funciona se não oferecermos trabalho remunerado para os garotos, naquilo que eles gostam e sabem fazer'', disse. A Vara da Infância e Juventude vai mobilizar a polícia e o Conselho Tutelar para fazer arrastões em bares, lanchonetes e boates a fim de coibir a presença de menores e o consumo de bebidas.
Ontem o delegado José Carlos Guglielmetti ouviu novamente Jedson de Souza Matos, 19 anos, que estava com Diego quando ele foi morto, teria fugido do local e não avisou a polícia. Antes de E.G. ser preso, Jedson disse à Polícia que ele e Diego tinham sido vítimas de uma tentativa de roubo. Ontem, ele reafirmou que os dois suspeitos queriam dinheiro e não teria ouvido nada a respeito da dívida de crack. Segundo E.G., dia 11 Diego havia comprado R$ 200 de crack e pago à vista. No dia seguinte, comprou mais R$ 150 ''fiado'' e estaria se recusando a pagar.
E.G. contou que errou um tiro disparado contra o rosto de Diego. Como não tinha mais balas, matou o estudante batendo o cano do revólver na cabeça dele. O adolescente já tem várias passagens pela polícia, inclusive por assalto à mão armada em Minas Gerais. A polícia também procura Edvaldo Maciel Ferreira, 18 anos, que estava com E.G. durante o crime.
