Péssimas condições de estradas no Paraná geram reclamações
Moradores e autoridades apontam falta de estrutura em rodovias estaduais das regiões Centro-Norte e Noroeste
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
Moradores e autoridades apontam falta de estrutura em rodovias estaduais das regiões Centro-Norte e Noroeste
Pedro Marconi - Grupo Folha

Transitar por algumas rodovias estaduais do Paraná se tornou um verdadeiro martírio para os motoristas. As PRs 461, 463 e 542 têm sido alvo contante de reclamações por conta de suas péssimas condições de infraestrutura. São crateras e asfalto esfarelado que oferecem diariamente riscos. A primeira rodovia é um dos caminhos para aqueles que vão de Lobato (Noroeste) a Colorado (Centro-Norte), ou vice-versa.
De acordo com Joaquim Aparecido Alves, secretário de Administração de Lobato, estes problemas começaram há a mais de um ano e têm provocado prejuízos. “Atualmente, para ir a Colorado, passamos por dentro de uma usina como opção de desvio. São 15 quilômetros a mais que precisamos percorrer, porém, acaba sendo melhor. Esta situação vem gerando dor de cabeça para quem faz transporte de produtos agrícolas. Neste período o solo está sendo preparado para a próxima safra, mas, quando precisar escoar a produção, como irá fazer? É enfrentar e arcar com os transtornos”, criticou.
Alves relatou que no ano passado algumas ações de melhorias começaram a ser promovidas na PR-461, entretanto, duraram pouco. “O Executivo já cobrou providências e a alegação do governo é que a empresa que havia ganhado a licitação entrou judicialmente e parou as obras. A última informação que temos é que esta empreiteira desistiu do pleito. Fizeram cerca de dois quilômetros na entrada do município e mais 1,5 quilômetro entre Lobato e Flórida. Estamos sem saber o que fazer.”
Outra rodovia que faz parte do trajeto para chegar à localidade é a PR-463, também utilizada para deslocamento até Santo Inácio. Entre os registros ocasionados pela falta de qualidade no asfalto estão pneus estourados e batidas traseiras. A maneira encontrada para “fugir” das armadilhas é transitar pelo pelas margens das pistas, que não são duplicadas.
Para parte dos moradores de Itaguajé (Centro-Norte), cidade de cerca de 4,5 mil habitantes, as preocupações são ainda maiores. De segunda a sexta-feira, dezenas vão com o transporte oferecido pela prefeitura para consultas e exames em Colorado e Maringá. “Às 4h30 sai um ônibus que vai de 24 a 28 pacientes. Já às 10h é uma van e o número de pacientes varia de oito a 15. Tem vez que essas pessoas ficam sem atendimento porque o veículo fica danificado por conta das estradas e precisa arrumar”, contou Dorivander Marinho Leal, chefe de Gabinete da Prefeitura de Itaguajé. “É buraco em cima de buraco. Estamos ilhados, abandonados”, constatou.
COLORADO
Em Colorado, quem depende da PR-542 para ir a Itaguajé ou entrar em São Paulo precisa de uma dose extra de paciência. Trechos que poderiam ser percorridos em 30 minutos, com uma condição boa de rodovia, demoram até 1h30, pois, os veículos precisam transitar de maneira lenta. Proprietário de uma transportadora, o londrinense Mauro Faria Júnior vai diariamente à região por conta do trabalho. Segundo ele, a situação é tão precária que é difícil até conseguir profissionais para que encaram entregar na região.
Um funcionário chegou a se envolver num acidente, recentemente, após a roda do carro sair ao passar no buraco da rodovia. “O veículo capotou, mas, por sorte, ele teve ferimentos leves. Deu perda total do carro. Tem lugar que há valetas no asfalto. Achamos que este tipo de questão é só em estado mais pobre, porém, pelo contrário, no Paraná tem desses problemas. Pessoal fala que a condição das estradas é de miséria”, destacou.
A PR-542, assim como outras rodovias próximas, recebe tráfego intenso de veículos pesados com cana-de-açúcar, o que, para os populares, colabora para maior desgaste. A região conta com diversos canaviais. “Moro em Colorado, mas, preciso ir para Itaguajé, onde trabalho. Meu carro não tem nem dez mil quilômetros rodados e já está fazendo barulho. Os motoristas com caminhão tentam sair do buraco e invadem a pista contrária e quem está em veículo pequeno acaba prejudicado, pois, não tem para onde desviar. Quando chove é ainda pior. Está intransitável. É revoltante”, desabafou a farmacêutica Thiara Bergamaschi Ferreira.
REUNIÃO
Prefeitos, vereadores e demais autoridades de cidades em que passam as rodovias esburacadas deverão se reunir com representantes do governo do Estado nesta terça-feira (17), em Curitiba, para cobrar intervenções com urgência.
DER
O DER (Departamento de Estradas de Rodagem), por meio de nota, informou que a PR-461, entre Lobato e o entroncamento com a PR-463, e a PR-463, no trecho entre o encontro com a PR-461 e Colorado, estão contempladas no lote sete do programa de conservação e recuperação com melhorias do Estado. Esse programa está em sua segunda edição e abrange 15 lotes. “Atualmente, a empresa responsável pelo lote sete atua na própria PR-463, no trecho entre Nova Esperança e Uniflor”, segundo nota enviada pelo órgão.
Já a PR-463 deve receber serviços ainda no primeiro ano do programa, enquanto a PR-461 deve ser contemplada no terceiro ano. Esta iniciativa prevê remendos superficiais e profundos, dependendo do caso, melhorias no sistema de drenagem e sinalização. Este programa teve suas 15 licitações publicadas em 2017, com a maioria dos contratos e ordens de serviço assinados em 2018.
Sobre a PR-542, o órgão disse o trecho entre Colorado e Itaguajé está contemplado no lote dez do programa e que a empresa responsável pela obra havia iniciado os serviços no trecho, mas, parou de atuar. “O DER já notificou para que retome os trabalhos.”
Atualizada às 14h45

