Mário CésarReconciliaçãoO parapsicólogo Jon Aizpúrua: ‘Há casos de pessoas que nasceram em um mesmo lar por vínculos conflitivos’ Metade da população do ocidente acredita em reencarnação. Entre eles estão até mesmo seguidores de religiões que não aceitam a reencarnação, como os evangélicos e católicos. A afirmação é do presidente da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), o venezuelano Jon Aizpúrua, que esteve em Londrina nesta semana a convite do Núcleo Espírita Universitário (NEU), para ministrar duas palestras. A primeira, sobre ‘‘Parapsicologia e Espiritismo’’ e a segunda, sobre ‘‘Terapia de Vidas Passadas (TVP)’.
Segundo ele, pesquisas realizadas em todo o mundo mostram que, em média, metade dos ocidentais acreditam em reencarnação. No Brasil, 50% da população acredita em reencarnação, enquanto que nos Estados Unidos este índice é de 40%. No oriente este número é bem maior.
Aizpúrua é psicólogo clínico, parapsicólogo, professor universitário além de autor de vários livros sobre o tema. Entre eles, ‘‘História da Parapsicologia’’, ‘‘Espiritismo, Magnetismo e Hipnose’’, ‘‘Fundamentos do Espiritismo’’, ‘‘Tratado de Espiritismo’’, ‘‘O Espiritismo e a Criação Poética’’, entre outros.
O presidente da CEPA prefere chamar a TVP de Terapia de Vivências Passadas. Isso porque, segundo ele, este procedimento terapêutico procura resolver tanto os problemas originados em encarnações anteriores quanto em determinadas fases desta vida, como a infância e a vida intra-uterina.
Aizpúrua lembra que muitas doenças psíquicas ou psicossomáticas podem ter sido originadas ‘‘na mais tenra infância’’ ou em outra encarnação. Entre elas, ele cita fobias, síndrome de pânico e doenças respiratórias e alergias. O professor comenta o caso de uma pessoa que tinha muito medo de fogo. Através de um exame detalhado de sua vida, até a infância, não foi encontrado nenhum motivo para justificar o problema. Mas depois do paciente ser submetido à TVP, verificou-se que, numa vida anterior, ele morreu vítima de um incêndio. ‘‘O incêndio deixou uma marca emocional profunda. Quando o espírito reencarnou trouxe no inconsciente a lembrança conflitiva do fogo’’.
Depois de identificado o problema, é preciso fazer um trabalho terapêutico para que o paciente se libere deste trauma. Aizpúrua frisa que a TVP é o último recurso que deve ser usado pelo profissional no tratamento clínico. Ele ressalta ainda que este tipo de método só deve ser utilizado por médicos e psicólogos clínicos. Ele lembra que a aplicação do procedimento por um leigo pode trazer consequências negativas para o paciente, já que vai provocar a manifestação de conteúdos psíquicos profundos, que afetam a personalidade.
A TVP não é utilizada somente para curar doenças psíquicas ou psicossomáticas, ressalta o professor. Ela ainda funciona como instrumento para terapia de casais ou entre pais e filhos que vivem em conflito. ‘‘ E agora, por sabedoria de Deus, têm a chance de suavizar os conflitos’’.
Aizpúrua lembra que os psicólogos e médicos que aplicam a TVP ainda é minoria. Quando aborda a relação entre a parapsicologia e o espiritismo, ele não vê contradições. O professor explica que o espiritismo é uma filosofia de caráter científico e conceitos morais. Lembra também que as leis da doutrina espírita foram publicadas por Allan Kardec, através de uma série de livros. Entre as principais leis do espiritismo estão a existência de Deus, a existência do espírito, a crença na vida após a morte, na evolução do espírito através da reencarnação e na comunicação permanente entre o mundo espiritual e o corporal através da mediunidade.
Já a parapsicologia é um ramo autônomo da psicologia, comenta Aizpúrua, ainda não aceita oficialmente nos meios acadêmicos. Ele explica que a parapsicologia tenta comprovar que existem seres humanos com capacidades psíquicas paranormais. ‘‘Todas as pessoas têm capacidades paranormais. Mas nem todas demonstram no cotidiano estas faculdades’’. Jon Aizpúrua viajou ao Brasil acompanhado de dois membros da diretoria da CEPA, os médicos oftalmologistas venezuelanos Hebe de Hernandez e Miguel Hernandez.