Um grupo de pediatras que trabalha na Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, no centro de Londrina, enviou um ofício - sem assinatura - à secretaria municipal de Saúde reclamando da suposta impossibilidade de fechamento de escala de médicos que atuam nesta especialidade nos próximos meses. Segundo os profissionais, o problema é ocasionado “pela falta de profissionais plantonistas lotados na unidade.”

“Como é sabido pela secretaria, ao longo dos últimos anos, vários foram os servidores que se aposentaram, sem ter ocorrido a devida reposição profissional. Com isso, a escala vem sendo cumprida sempre no limite”, alegam. De acordo com os servidores, o déficit semanal na escala de pediatras plantonistas poderá chegar a 306 horas em novembro, o que demandaria, por exemplo, de mais dois ou três médicos, no mínimo.

LEIA TAMBÉM: Mutirão de cirurgias pediátricas será realizado no HZS de Londrina

O grupo também cita que, a partir de novembro, ficarão na maternidade apenas seis servidores pediatras concursados, em que cinco cumprem carga horária de 96 horas por semana, sendo que dois ainda fazem mais 12 horas extras.

Completam o quadro de médicos dois pediatras contratados via chamamento público, fazendo 150 e 120 horas, e outros dois que desempenham a função por meio de convênio com o Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema), totalizando dez pediatras na maternidade.

Por mês, aproximadamente 800 pacientes dão entrada na maternidade municipal, que é a maior pública do interior do Estado. A média é de cerca de 250 partos por mês.

GARANTIA

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, garantiu que não haverá desassistência no serviço e que a escala de novembro estará completa. A FOLHA também entrou em contato com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais), para saber se existe algum acompanhamento do caso, no entanto, os questionamentos não foram respondidos.

PROTESTO ENFERMAGEM

Na manhã desta segunda-feira (2), trabalhadores da enfermagem realizaram um protesto na Concha Acústica, no centro de Londrina. Entre as pautas reivindicadas estiveram pedidos por mais segurança, após o episódio de agressão no posto de saúde da Vila Brasil; mais informações sobre o pagamento do piso da categoria, em especial dos hospitais particulares; e o respeito a direitos trabalhistas em geral, como insalubridade e vale alimentação.

Os manifestantes usaram narizes de palhaço e estenderam cartazes no local, para chamar atenção das pessoas que passavam e, principalmente, das autoridades.