Após três prorrogações no prazo de conclusão do trecho 1 das obras de alargamento da avenida Faria Lima, na zona sul de Londrina, a prefeitura deverá finalmente entregar a nova pista após o feriado de Carnaval. Foram inúmeras intercorrências ao longo de sua execução e agora a secretaria de Obras terá que solucionar um outro problema: o de acessibilidade dos pedestres que precisam atravessar a pista.

As pessoas que precisam atravessar a avenida se arriscam para subir ou descer o canteiro central
As pessoas que precisam atravessar a avenida se arriscam para subir ou descer o canteiro central | Foto: Micaela Orikasa - Grupo FOLHA

A obra acabou gerando um talude (terreno inclinado) entre uma pista e outra. Com isso, os pedestres que precisam atravessar a avenida, principalmente nos trechos onde há pontos de ônibus e a unidade de apoio do Hospital Evangélico (que oferece atendimento ambulatorial para pacientes do SUS), se arriscam diariamente para subir ou descer o canteiro central.

Além disso, a sinalização de trânsito, como faixa de pedestres, é precária ou ineficaz. “A faixa de pedestres termina no canteiro, então não está valendo para nada. Todos os dias eu presencio aqui do balcão várias pessoas com dificuldade de locomoção, se arriscando para subir ou descer. Outro dia um rapaz com prótese na perna precisou de auxílio para não se machucar”, comenta Juliane Cristina de Oliveira, proprietária de uma padaria que fica em frente ao ambulatório.

A técnica de enfermagem Jucélia Santos Carvalho andou pelo asfalto, em meio aos carros, para buscar o melhor caminho para descer até o ponto de ônibus. “Senti uma enorme dificuldade. Tive medo de escorregar, cair e também de ser atropelada. Não há segurança nenhuma, nem mesmo uma proteção para a gente se apoiar”, disse.

TODA A EXTENSÃO

No trecho 1, as obras foram iniciadas em novembro de 2018 e praticamente em toda a extensão que vai da rua Bento Munhoz da Rocha Neto até a rotatória da avenida Aniceto Espiga a situação é a mesma. “Não tem uma escada, um caminho acessível e adequado para a pessoa atravessar de uma pista para outra. Também não tem um guard rail (mureta) para proteção dos carros. Se alguém perder o controle do veículo por ali, vai cair do outro lado. Isso devia estar no projeto desde o início. É uma falta de organização”, reclamou Marcelo Mussi, consultor imobiliário e morador do jardim Universitário.

NOVA LICITAÇÃO

Em entrevista coletiva na terça-feira (18), o secretário municipal de Obras e Pavimentação, João Verçosa, disse que o projeto inicial não previa a passagem de postes da Copel e isso acabou formando uma maior inclinação entre as pistas. “Quando foi feito o projeto não havia os superpostes”, disse, se referindo às estruturas que ficam no limite da duplicação. “Tanto é que na entrada de uma clínica localizada na via, a entrada ficou com um buraco e precisamos consertar”, completou.

“Estamos fazendo uma nova licitação de serviços complementares porque não deu para aditivar isso no contrato da empresa. Vamos construir faixa elevada e fazer a transposição do talude com escadaria e rampas de acesso em frente ao ponto de ônibus e uma mais abaixo, próximo à rua Bento Munhoz”, disse.

Sobre prazos, o secretário respondeu que a licitação será aberta após a entrega do primeiro trecho da obra. “Na descida da avenida Faria Lima também vamos fazer uma defensa no meio da pista para evitar que um carro passe por cima, além de faixa de segurança”, afirmou.

ATRASO

Para as obras de duplicação, a avenida Faria Lima foi dividida em duas partes. A previsão de entrega do primeiro lote era em maio de 2019, mas foi prorrogada três vezes e deve ser concluída em 29 de março. Já o trecho dois, que vai da ponte do Lago Igapó até a avenida Maringá, os serviços começaram em junho de 2019 e a previsão para conclusão é 1 de março de 2020. O investimento total é de R$ 7,9 milhões (sendo R$ 2,6 milhões no trecho 1 e R$ 3,8 milhões no trecho 2). A contrapartida do município é de R$ 1,4 milhão. O montante é oriundo de um financiamento do Ministério das Cidades pelo programa Pró-Transporte.