Parque Daisaku Ikeda se divide entre o abandono e o vandalismo
Unidade de conservação ambiental ainda apresenta problemas das chuvas de 2016 e se tornou alvo de criminosos
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
Unidade de conservação ambiental ainda apresenta problemas das chuvas de 2016 e se tornou alvo de criminosos
Pedro Marconi - Grupo Folha
Inaugurado em 2000 para ser mais uma opção de lazer em meio à natureza para o londrinense, o Parque Ecológico doutor Daisaku Ikeda se transformou em cenário de descaso do poder público e de pessoas mal intencionadas. A unidade de conservação, que fica na zona sul da cidade, tem sinais de completo abandono e as evidências estão por toda parte. A FOLHA esteve no local. Logo na entrada, um portão foi levado por criminosos, deixando a já precária segurança ainda mais deficitária.
Na antiga casa administrativa, que no passado servia como ponto de apoio aos visitantes, a situação é ainda pior. O imóvel teve portas e fiação elétrica furtadas, pias quebradas, vidros estilhaçados, esquadrias avariadas e paredes pichadas. Fora a sujeira e o forte odor de urina que tomam conta do espaço, que tem indícios de que também está sendo usado para consumo de drogas.
A dona de casa Maria Geralda Fagundes costuma esperar o ônibus no ponto que fica em frente ao parque, na rodovia João Alves da Rocha Loures, no entanto, apenas com o dia claro. “Quando escurece não me arrisco. Dá medo de ter algum assaltante escondido na casa. Tem dia que até evito pegar ônibus aqui e vou até a frente de um bar, alguns metros para frente. Está tudo abandonado e faz tempo”, lamenta.
MIRANTE
Em outras áreas do Daisaku Ikeda o estado de deterioração se repete. A antiga usina de energia elétrica, que se tornou um mirante sobre o ribeirão Três Bocas, segue estragada cinco anos depois de um dos maiores temporais da história de Londrina, que também deixou estragos no lugar. Em 2016, a enxurrada gerada pelas fortes chuvas levou a passarela e parte do solo, causando erosões e alterando o curso da água.
SEM SOSSEGO
Apesar de toda a falta de estrutura, algumas pessoas ainda têm utilizado o parque. Moradores do entorno citam, no entanto, que muitas vezes é para a realização de festas ao ar livre e ingestão de bebidas. “Usam aqui, principalmente, aos fins de semana e dias com calor intenso. A maioria é jovens, trazem carros com som alto. Um local de paz virou dor de cabeça”, relata um morador, que preferiu não ter o nome divulgado. A região tem muitas chácaras onde vivem dezenas de famílias.
Pelo gramado e próximo ao ribeirão é possível encontrar sujeita, entre sacolas de plástico, garrafas e restos de alimentos.
REFORÇO NA SEGURANÇA
Gerente de Parques e Biodiversidade da Sema (Secretaria Municipal de Ambiente), Jonas Henrique Pugina afirma que o município está trabalhando com projetos de curto, médio e longo prazos para preservar o parque, no entanto, adianta que a execução passa, primeiro, pelo reforço na segurança. “Para coibir vandalismo pedimos acompanhamento da GM (Guarda Municipal) e PM (Polícia Militar), com rondas frequentes. Além disso, estamos fazendo um levantamento para avaliar o custo de reconstrução e reforma da parte destruída pelas chuvas”, explica.
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Pugina também diz que está sendo calculado o valor para recuperação da sede e que a pasta está buscando formas para melhorar o cercamento, com possibilidade, inclusive, de instalação de câmeras de videomonitoramento, interligadas à guarda. No entanto, não existe prazo para que as propostas virem realidade. “Precisar obter orçamento, aprovação de licitações, projetos. Posso garantir que esse é o momento em que a Sema mais tem se debruçado a resolver os problemas.”
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