Inaugurado em 2000 para ser mais uma opção de lazer em meio à natureza para o londrinense, o Parque Ecológico doutor Daisaku Ikeda se transformou em cenário de descaso do poder público e de pessoas mal intencionadas. A unidade de conservação, que fica na zona sul da cidade, tem sinais de completo abandono e as evidências estão por toda parte. A FOLHA esteve no local. Logo na entrada, um portão foi levado por criminosos, deixando a já precária segurança ainda mais deficitária.

Imagem ilustrativa da imagem Parque Daisaku Ikeda se divide entre o abandono e o vandalismo
| Foto: Pedro Marconi/Grupo Folha

Na antiga casa administrativa, que no passado servia como ponto de apoio aos visitantes, a situação é ainda pior. O imóvel teve portas e fiação elétrica furtadas, pias quebradas, vidros estilhaçados, esquadrias avariadas e paredes pichadas. Fora a sujeira e o forte odor de urina que tomam conta do espaço, que tem indícios de que também está sendo usado para consumo de drogas.

Imagem ilustrativa da imagem Parque Daisaku Ikeda se divide entre o abandono e o vandalismo
| Foto: Pedro Marconi/Grupo Folha

A dona de casa Maria Geralda Fagundes costuma esperar o ônibus no ponto que fica em frente ao parque, na rodovia João Alves da Rocha Loures, no entanto, apenas com o dia claro. “Quando escurece não me arrisco. Dá medo de ter algum assaltante escondido na casa. Tem dia que até evito pegar ônibus aqui e vou até a frente de um bar, alguns metros para frente. Está tudo abandonado e faz tempo”, lamenta.

MIRANTE

Em outras áreas do Daisaku Ikeda o estado de deterioração se repete. A antiga usina de energia elétrica, que se tornou um mirante sobre o ribeirão Três Bocas, segue estragada cinco anos depois de um dos maiores temporais da história de Londrina, que também deixou estragos no lugar. Em 2016, a enxurrada gerada pelas fortes chuvas levou a passarela e parte do solo, causando erosões e alterando o curso da água.

SEM SOSSEGO

Apesar de toda a falta de estrutura, algumas pessoas ainda têm utilizado o parque. Moradores do entorno citam, no entanto, que muitas vezes é para a realização de festas ao ar livre e ingestão de bebidas. “Usam aqui, principalmente, aos fins de semana e dias com calor intenso. A maioria é jovens, trazem carros com som alto. Um local de paz virou dor de cabeça”, relata um morador, que preferiu não ter o nome divulgado. A região tem muitas chácaras onde vivem dezenas de famílias.

Pelo gramado e próximo ao ribeirão é possível encontrar sujeita, entre sacolas de plástico, garrafas e restos de alimentos.

REFORÇO NA SEGURANÇA

Gerente de Parques e Biodiversidade da Sema (Secretaria Municipal de Ambiente), Jonas Henrique Pugina afirma que o município está trabalhando com projetos de curto, médio e longo prazos para preservar o parque, no entanto, adianta que a execução passa, primeiro, pelo reforço na segurança. “Para coibir vandalismo pedimos acompanhamento da GM (Guarda Municipal) e PM (Polícia Militar), com rondas frequentes. Além disso, estamos fazendo um levantamento para avaliar o custo de reconstrução e reforma da parte destruída pelas chuvas”, explica.

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Pugina também diz que está sendo calculado o valor para recuperação da sede e que a pasta está buscando formas para melhorar o cercamento, com possibilidade, inclusive, de instalação de câmeras de videomonitoramento, interligadas à guarda. No entanto, não existe prazo para que as propostas virem realidade. “Precisar obter orçamento, aprovação de licitações, projetos. Posso garantir que esse é o momento em que a Sema mais tem se debruçado a resolver os problemas.”

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