O Parque Arthur Thomas, localizado na zona sul de Londrina, deverá receber melhorias. O Consema (Conselho Municipal do Meio Ambiente em Londrina) aprovou, no início desta semana, o repasse de R$ 5,6 milhões do Fundo Municipal do Ambiente para a Sema (secretaria municipal de Ambiente). Quase metade do plano de aplicação dos recursos será utilizado na revitalização do parque, que apresenta diversos problemas.

Uma das principais demandas é a segurança. O alambrado no entorno de toda a área de conservação tem avarias, como buracos e divisões caídas. Em novembro do ano passado, um homem de 34 anos morreu no ribeirão Cambé, no interior do Arthur Thomas, após entrar em local não autorizado, pelos buracos no cercamento.

Segundo José Roberto Behrend, responsável pela Sema, a pasta já vinha estudando alternativas para reforçar a segurança, entretanto, faltava verba para execução. “Também temos um grande acesso de outros animais ao parque. Iremos fazer uma reforma com troca de todo alambrado e melhoria na acessibilidade”, apontou.

DESASSOREAMENTO

O plano prevê o desassoreamento do ribeirão Cambé, que faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi e passa pelo parque. “Houve uma atividade feita pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) no lago Cabrinha (zona norte) e surtiu resultado. Vamos replicar este serviço”, explicou. O Parque Arthur Thomas é um dos poucos remanescentes de florestas nativas da região preservado pela companhia Norte do Paraná.

O projeto com as intervenções está em fase de ajustes para ser encaminhado a outras secretarias para licitação, o que deve acontecer nas próximas semanas. “O parque ficou um bom tempo sem manutenção e precisava de uma ação mais incisiva. Por meio deste recurso terão manutenções básicas, com parte de roçagem contemplada”, destacou. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o parque está fechado para visitação.

TRILHAS

O dinheiro repassado também vai ser usado para instalação de aparelhos de ar-condicionado no centro de educação ambiental, que fica dentro do parque. Em 2016 e 2017 fortes chuvas causaram estragos no espaço - com a unidade sendo fechada por alguns meses -, o que comprometeu encostas próximas à Usina Cambé, a primeira da cidade, além do acesso a trilhas e mirantes.

Behrend afirmou que estes reparos vinham sendo feitos pela equipe da Sema junto com apenados, por um convênio com o Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina). “O trabalho teve que ser interrompido em razão da pandemia, mas a intenção é retornar o quanto antes. O recurso visa essa continuidade”, garantiu.

FUNDO

Os recursos do Fundo Municipal do Ambiente são oriundos de percentual de arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), denominado de ecológico, e de multas e penalidades ambientais. “O fundo tem a finalidade de ser utilizado em projetos e programações de ações ambientais em benefício da população”, ressaltou Charles dos Santos, presidente do Consema. “O plano de ação foi indicado por temas a partir do entendimento das demandas da Sema”, acrescentou. O Consema conta com 39 conselheiros, com representantes do poder público e sociedade civil.

RAÇÃO E POLUIÇÃO

Do total destinado pelo conselho, uma parcela do montante financeiro vai para a compra de ração para organizações que cuidam de animais. São R$ 200 mil, que serão transferidos para o Fundo de Proteção Ambiental. Em março, a Prefeitura de Londrina encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores para que também possa repassar alimentos ao Banco de Ração, instituído em 2018. A proposta foi aprovada e sancionada.

Outra deliberação é para que recursos sejam investidos em parceria com o terceiro setor, na contratação de empresa para coleta e análise da água de esgoto, para controle de poluição.

COMPRA DE MUDAS E TOCOS

Foram encaminhados para a arborização urbana de Londrina R$ 1,2 milhão do Fundo Municipal do Ambiente. O valor será dividido entre compra de mudas, destoca, controle de pragas, poda e erradicação de árvores. Desde maio do ano passado já foram erradicadas cerca de 2.200 árvores doentes ou mortas em Londrina, por meio de terceirizada, num contrato já em andamento.

A estimativa da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) é de que ainda estejam na fila aguardando o serviço aproximadamente 1.400 pedidos abertos ao longo dos últimos dez anos. O repasse da verba vai dar continuidade à atividade.

No atual vínculo, a empresa irá receber R$ 2,3 milhões para 18 meses de execução contratual. “Esse é um dos serviços mais demandados. Tínhamos solicitações na fila de 2009 e agora estamos saindo de 2018 e entrando em 2019. Estamos próximos de concluir os pedidos represados e com isso vai melhorando a manutenção do sistema de arborização”, detalhou José Roberto Behrend, secretário de Ambiente.

Com o dinheiro do fundo será possível comprar 16 mil mudas e destocar mais de mil unidades. “A gestão da arborização urbana contempla a poda, erradicação, plantio e cuidado com a árvore. A intenção é que os recursos façam frente a estes ciclos”, elencou. A primeira fase do programa de destoca e replantio, lançado pelo poder público municipal em janeiro, com contratação de empresa, tem projeção de retirar 1.680 tocos.