Localizado em uma área nobre entre as regiões sul e leste de Londrina, o Parque Municipal Arthur Thomas acumula problemas na mesma proporção que a sua importância para a cidade. Um dos principais é a precariedade das cercas instaladas ao redor do ponto de lazer, que tem 85 hectares e foi criado em setembro de 1975. Na Avenida Dez de Dezembro, grades verdes de ferro fazem - ou pelo menos deveriam - a segurança. Porém, o cenário é totalmente diferente na Rua Charles Lindemberg, já no acesso ao Jardim Califórnia e o Vale do Cambezinho.

Imagem ilustrativa da imagem Parque Arthur Thomas: de cercas abertas para a criminalidade
| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Em muitos trechos, a FOLHA notou a ausência de cercamento e algumas estruturas derrubadas, cenário que causa medo entre os moradores. O receio de ter a casa invadida e ver o ladrão se esconder no parque faz parte da rotina da população há muito tempo. "Sempre tem gente pulando lá pra dentro. Minha casa já foi roubada e essa situação só piora com a falta dessas cercas", relatou uma mulher que optou em não se identificar.

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Veja como é fácil pular a cerca já derrubada.

Com a condição de não ter a identidade revelada, um jovem ouvido pela reportagem e que mora na frente do Arthur Thomas há dois meses já quer mudar de endereço. "O risco é grande dos bandidos entrarem em casa e fugirem na mata. Eles estão com livre acesso para escapar da polícia. Chego do trabalho sempre às 20h e não me sinto seguro. Quero mudar daqui, ir embora", confessou.

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| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Entrar na mira da criminalidade também é o pavor de quem passa pelo lugar histórico de vez em quando. "Isso aí é resultado do vandalismo. Se eu fosse criminoso e roubasse alguém na região, me esconderia rapidinho da polícia aqui. É um esconderijo fácil, fácil. Precisa urgente de uma mudança", contou um idoso que andava pela calçada, mas que não quis divulgar o nome.

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"Sempre passo por aqui e é triste ver o Parque Arthur Thomas desse jeito, totalmente abandonado. Aí a bandidagem toma conta sem dó nenhuma. Os malandros fazem a festa. Durante o dia até me arrisco, mas à noite é inviável", descreveu o aposentado Acir Vieira. Em janeiro do ano passado, um homem foi preso por guardas municipais no interior do parque depois de roubar uma moto.

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"VIGILÂNCIA 24 HORAS"

Apesar das reclamações dos moradores, a Guarda Municipal garantiu que "o local possui vigilância fixa, com escala dos agentes sete dias por semana, 24 horas por dia, realizando rondas internas com motocicletas. O patrulhamento externo também é feito pelas viaturas". O órgão informou que ninguém foi preso dentro do Arthur Thomas neste ano.

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A Secretaria Municipal do Ambiente explicou que a troca das cercas será feita com recursos municipais e do Ministério do Turismo. O investimento gira em torno de R$ 2,8 milhões. De acordo com o gerente de Fauna da Sema, Jonas Henrique Pugina, a ideia ainda não saiu do papel porque os projetos "estão em fase de aprovação pelo governo federal".

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