Os produtores rurais e o governo do Paraná pretendem recuperar as matas ciliares paranaenses, que hoje estão degradadas. Dados do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) indicam que de 100 mil quilômetros de margens de rios existentes no Estado, 60 mil estão em condições inadequadas ou desmatadas. Em função disso, a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) querem fazer com que os agricultores parem de explorar as terras próximas de leito hídrico, reflorestando-as.
A intenção das duas entidades é criar ações de conscientização entre os produtores ruais, além de recuperar as matas ciliares. Segundo o secretário do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, nas últimas cinco décadas a ação dos setores agrícola e madereiro fez com que as áreas de matas do Estado caísse de 80% para menos de 10%. ''Agora, se todos os trechos de rios forem recuperados, o Estado vai ganhar mais 2% de cobertura vegetal'', estimou Andreguetto.
Para orientar os agricultores, a Faep, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), começa no próximo mês a realizar palestras com os agricultores. ''Uma teleconferência e oito seminários vão ajudar a conscientizar os produtores'', disse o assessor de Meio Ambiente da Faep, Luiz Anselmo Merlin Tourinho.
Nessa etapa do projeto, a federação vai avisar aos produtores que explorar as áreas de mata ciliar é crime ambiental. Legalmente, esse trecho é de preservação permanente e deve estar coberto com árvores entre 15 metros a 600 metros das margens, conforme a largura do rio.
''A orientação é que os agricultores deverão abandonar as margens dos rios, permitindo que a mata volte a crescer'', informou Tourinho. Dentro de um ano serão capacitados pelo Senar técnicos para orientar os agricultores. Assim, em uma segunda etapa, será realizado o replantio.
A Secretaria de Meio Ambiente vai fornecer as mudas necessários. ''Por enquanto, ainda não se sabe quantas árvores serão necessáias para recuperar o solo'', afirmou Tourinho. ''Acredito que se fosse hoje faltariam mudas'', complementou. ''A devastação da mata ciliar é um dos crimes ambientais mais vísiveis e a promotoria vem combatendo essa prática'', disse o promotor do Meio Ambiente, Saint Clair Honorato dos Santos.