Desde o final de março, três casas de retiro da Igreja Católica de Londrina abrigam moradores de rua, por meio de um plano emergencial, firmado com a secretaria municipal de Assistência Social, em razão do período de pandemia. O contrato inicial é de 90 dias, com vencimento neste mês, porém, a ideia é que seja prorrogado. “Tivemos reunião com representantes do município e deverá seguir (a parceria). Enquanto houver necessidade, continuaremos. Estamos em sintonia com o poder público”, frisou Deusa Favero, gerente da Cáritas Arquidiocesana.

Imagem ilustrativa da imagem Parceria em Londrina para acolher moradores de rua deve ser renovada
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A Cáritas é a entidade da Igreja responsável pela parceria com a prefeitura para este isolamento social permanente. “Mesmo sendo a obrigação do poder público trabalhar com políticas públicas, é uma iniciativa positiva. Nós, enquanto Igreja, seguimos o que pede a Campanha da Fraternidade deste ano: ‘Viu, sentiu compaixão e cuidou dele’. É a maneira de dar possibilidade para estas pessoas nesta situação”, elencou.

O vínculo prevê 150 vagas para esta população, divididas entre os três espaços, para homens, mulheres e idosos. Segundo Favero, o desafio é conscientizar sobre a relevância de permanência. “Desde o início não conseguimos atingir a capacidade completa das casas. É um momento em que também vêm as fragilidades de cada um. Por mais que sejam bem tratados, existem outras questões de vida relacionadas”, ponderou.

HISTÓRIA

O encaminhamento dos moradores é feito pela Assistência Social e, se a pessoa sai, não pode retornar, a menos que passe por toda a triagem da pasta e seja levado novamente. Há casos de pessoas que conseguiram sair da situação de rua e voltar para o âmbito familiar após experiências vivenciadas nas casas. “Temos um rapaz da região de Londrina, que demonstrou vontade de retornar. Fizemos contato com a família e ele foi inserido novamente junto aos familiares”, exemplificou.

MANUTENÇÃO

O município repassa mensalmente verba para custeio dos lugares e disponibiliza profissionais, como educadores físicos e terapeutas educacionais. Além disso, voluntários colaboram. Entre os projetos que estão sendo desenvolvidos está uma horta comunitária, que os próprios moradores cuidam.

Doações feitas na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na zona sul, também são direcionadas para as três casas, como cestas básicas e produtos perecíveis. Atualmente, a demanda é por cobertores e produtos de higiene pessoal.

SERVIÇO - Doações podem ser levadas na rua Dom Bosco, 55, jardim Dom Bosco, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.