O Paraná teve mais 13 óbitos confirmados por dengue, de acordo com o boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), divulgado nesta terça-feira (18). Desde agosto do ano passado, quando iniciou o atual ciclo epidemiológico contabilizado pela pasta, já são 23 mortes. Até semana passada eram 13. Os registros da doença também aumentaram consideravelmente no Estado, chegando a 26.692, crescimento de 29,8% em relação ao levantamento anterior.

Imagem ilustrativa da imagem Paraná chega a 23 mortes por dengue
| Foto: Folha Arte

Os últimos falecimentos ocasionados pelo mosquito Aedes aegypti foram em Foz do Iguaçu, Medianeira, Douradina, Xambrê, Terra Rica, Santa Mônica, Sarandi, Maringá, todos com um, e Alto Paraná, com dois. Oito vítimas tinham mais de 60 anos e sete possuíam alguma comorbidade. Em Sarandi a morte foi de uma mulher de 26 anos, sem outras intercorrências, e em Maringá uma garota de sete anos, que também não apresentou comorbidade associada.

Técnico da Divisão Ambiental da Sesa, Raul Junior Bely destacou que os idosos estão dentro de um grupo de risco em relação a outras faixas etárias. “As pessoas idosas e os recém-nascidos apresentam um aspecto de fragilidade e ambos pela questão do sistema imunológico. Os idosos ainda costumam apresentar doenças pré-existentes, como hipertensão e diabetes”, apontou.

As suspeitas de morte pela doença passam por exames para esclarecimentos e posteriormente investigação de um comitê estadual. “Existem diferenças da morte com dengue e pela dengue. Um paciente pode ter ido a óbito e estava com a doença, entretanto, não foi ocasionado pela dengue”, explicou. “Infelizmente esses dez novos óbitos foram por conta da dengue”, acrescentou.

NOTIFICAÇÕES

O Estado está com 76.285 notificações em 325 municípios. As cidades com maior número de casos suspeitos notificados são Londrina (8.932), em que 837 estão confirmados; Foz do Iguaçu (5.575) e Paranavaí (4.833). Já as localidades com mais casos com autoctonia definida são Paranavaí (3.062), Colorado (1.270) e Santa Isabel do Ivaí (1.230).

Setenta e oito municípios estão em situação de epidemia para a doença, sendo que 16 entraram no boletim desta semana. Outras 40 cidades estão em estado de alerta. Em 2020, do início de janeiro até 17 de fevereiro, foram processadas 4.725 amostras para vigilância epidemiológica da circulação viral dos quatro sorotipos. Em 83% das amostras analisadas foi encontrado o sorotipo dois. “Todas as informações do boletim são preocupantes”, reconheceu Bely.

ATENÇÃO NO CARNAVAL

Com a proximidade das festividades do Carnaval, quando muitas pessoas viajam e deixam os imóveis, a orientação é para que o cuidado seja redobrado. “O Carnaval é no auge de um período climático propício para proliferação do mosquito e propagação da doença. O ciclo evolutivo do Aedes aegypti é de cinco a sete dias. Se o morador viajar e deixar um recipiente que possa acumular água é uma ‘janela de oportunidades’ para a proliferação”, destacou.

Com o Paraná em estado de alerta para o combate e controle da dengue, declarado na semana passada, o principal pedido do poder público é pela colaboração geral da população. “As pessoas precisam cuidar dos quintais e parte interna da casa, pois existem pontos que podem oferecer risco. Precisamos unir esforços”, afirmou. O Aedes Aegypti se reproduz em água parada, limpa ou suja.