Por quase um mês, as ruas de Londrina refletiram os impactos do isolamento social, com 46% a menos de veículos circulando desde o dia 23 de março. Mas os reflexos dessa rotina alterada também repercutiram nos números do Placar do Trânsito divulgados pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia revela mau comportamento dos londrinenses no trânsito
| Foto: CMTU

O número de acidentes e mortes caíram no mês de abril em comparação com os três primeiros meses de 2020. Foram 187 ocorrências de maior gravidade, com duas mortes e 205 vítimas não fatais. Até então, os índice mais baixos era do mês de janeiro, com 256 acidentes, três mortes e 306 pessoas envolvidas. Na soma das ocorrências houve uma redução de quase 14% comparado com o primeiro quadrimestre de 2019. O número de vítimas também registrou uma queda de 16,9% no período, passando de 1.411 para 1.172 e os registros de mortes caíram de 24 para 21, ou seja, uma diminuição de 12,5%.

“É claro que toda redução é importante, mas por trás desses números há o mau comportamento dos motoristas que, infelizmente, não mudou. Devemos tirar muitas lições de vida dessa época que estamos vivendo, pois os cuidados e a prevenção também podem ser aplicados no trânsito, principalmente nas preferenciais”, diz o diretor de Trânsito da CMTU, major Sergio Dalbem, ao fazer referências às infrações de avanço de sinal vermelho.

Ele destaca que essa é uma das principais causas de acidentes e que normalmente ocorrem em cruzamentos com preferenciais, em locais devidamente sinalizados. O levantamento aponta que, mesmo com cerca de 40 dias de isolamento, a infração aumentou de 4.615 nos primeiros quatro meses de 2019 para 4.965 neste ano.

CAPOTAMENTOS

Outra ocorrência que deve ser encarada, segundo Dalbem, são os capotamentos. Em abril foram quatro registros, o mais alto desde janeiro. “É um acidente em que o condutor perde o controle, seja por excesso de velocidade ou por falta de atenção, como por exemplo, no uso de celular. Os números continuam nos mostrando um comportamento perigoso no trânsito. Se as pessoas respeitassem as placas de 'PARE', o sinal vermelho, os limites de velocidade e os pedestres atravessando na faixa, já haveria uma diminuição do número de acidentes e as ocorrências seriam de menor gravidade”, afirma.

Ao todo, já foram aplicadas 46.833 multas em Londrina neste ano, sendo a maior delas exceder a velocidade máxima da via em até 20%, com 18.680 registros. A falta do uso do cinto de segurança também é significativa com 4.199 flagrantes.

RANKING DAS VIAS

O Placar do Trânsito levantamento foi divulgado na segunda-feira (11) e tem como base os dados do Siate, IML (Instituto Médico-Legal) e Polícia Civil. Além do número de mortes e de ocorrências, foram divulgados o perfil das vítimas que perderam a vida no trânsito neste ano. Das 21 mortes, 19 eram do gênero masculino e dez estavam na faixa etária de 31 a 59 anos e três eram idosos, com mais de 60 anos.

Já no ranking das vias que mais contabilizaram mortes, o trecho urbano da PR-445 aparece no topo, com três registros, seguido da BR-369, com dois. Líder em casos entre as vias administradas pelo Município, a avenida Saul Elkind, na região norte, somou duas ocorrências.

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