Um levantamento encomendado pelo Corpo de Bombeiros a pedido da FOLHA mostrou que os acidentes de trânsito em Londrina tiveram uma queda significativa desde a data em que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou a pandemia do coronavírus, no dia 11 de março. Os dados foram calculados até a manhã desta quarta-feira (29) e retirados do próprio sistema da corporação. Segundo o balanço, a redução foi de 26% em comparação ao mesmo período de 2019. Foram 1.426 ocorrências no ano passado e 1.052 até a data incluída em 2020.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia reduz em quase 30% acidentes de trânsito em Londrina
| Foto: Reprodução/Arquivo FOLHA

As colisões entre automóveis representam mais da metade do total de registros deste ano, com 593 atendimentos, seguido de quedas de motos (297), choque contra anteparo, como postes ou árvores (68), atropelamentos (64), capotamentos (22), tombamentos (5), saídas de pista (2) e submersão de veículo (1). Na pesquisa feita entre 11 de março e 29 de julho do ano passado, a quantidade dos tipos de acidentes segue a mesma hierarquia.

De acordo com o capitão Renê Augusto Bortolassi de Oliveira, comandante do serviço operacional do 3º Grupamento de Bombeiros de Londrina, a queda pode ser explicada pelo baixo fluxo de circulação de pessoas nas ruas, um reflexo direto da Covid-19. "Mesmo com essa diminuição, foram mais de mil ocorrências. Porém, é uma situação natural. Muitos destes acidentes aconteceram com entregadores, que estão sendo mais acionados durante a pandemia", explicou.

Segundo o oficial, as batidas entre veículos sempre aparecem no topo do ranking. "É uma situação esperada porque ocorrem com muita frequência. Acredito que essas estatísticas refletem a obediência da população com as regras impostas pela quarentena, como o isolamento social", afirmou.

Os números dos bombeiros são incluídos no Placar do Trânsito, desenvolvido pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Apesar de constatar uma diminuição de forma geral, o diretor de trânsito do órgão, Sérgio Dalbem, fez um recorte de uma ocorrência específica: os atropelamentos. Conforme a última divulgação da companhia, que compreendeu o primeiro semestre deste ano, foram 108 pessoas atropeladas contra 140 no mesmo período de 2019.

Mas o que inquietou Dalbem foi o número de mortes, que, segundo ele, também deveria cair. Foram 9 óbitos nos seis primeiros meses do ano passado e 10 em 2020. "É um sinal de que os motoristas e motociclistas continuam imprudentes, mas o pedestre precisa colaborar. Para isso, temos a campanha Olhe e Sinalize, em que a pessoa, com um gesto simples, avisa ao condutor que quer atravessar. Nessa época de império dos celulares, é uma medida que pode evitar até uma morte", esclareceu.