“Fique em casa”, dizia o recado emitido por um carro de som escoltado pela PM (Polícia Militar). Nos parques e praças, homens de farda orientam população a evitar aglomeração. Nos estabelecimentos, a patrulha e fiscalização tentam garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais. Além dos trabalhos rotineiros, Guarda Municipal, Polícia Militar e Corpos de Bombeiros de Londrina tiveram que se adaptar à nova demanda diante do isolamento social por causa da pandemia de coronavírus.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia altera rotina de órgãos de segurança em Londrina

O secretário municipal de Defesa Social, Pedro Ramos, falou que houve alteração nos trabalhos com a nova demanda, porém, os serviços de segurança habituais continuaram. “A alteração não foi tão significativa naquilo que a gente já vinha trabalhando. Por exemplo, as ocorrências de Lei Maria da Penha, que eram uma grande demanda e preocupação nossa, continuam acontecendo. Furto e vandalismo do espaço público permanecem, mas é evidente que diminuíram as ocorrências de trânsito com a diminuição da circulação de pessoas”, aponta.

OUTRAS FRENTES

Com as medidas de isolamento social, a GM passou a atuar em outras frentes. “Nós passamos a ocupar esse tempo no atendimento das demandas que tem surgido, com ligações de denúncias de espaços que estão abertos, de pessoas que não estão cumprindo as determinações de não aglomerar. Esses fatos novos acabaram gerando mais demanda e mais serviços”, aponta.

Na tarde desta terça-feira (7), a GM passou a fiscalizar estabelecimentos comerciais em que a abertura foi permitida por decreto municipal, como supermercados, lotéricas e farmácias. Além desse trabalho, as equipes também atuaram em parques e praças públicas convencendo a população a ficar em casa. “Estamos, ao mesmo tempo, fiscalizando aglomeração na rua, recebendo denúncia de empresas que abriram, com funcionários sem equipamentos, são várias denúncias no 153 de pessoas cometendo irregularidades e nós vamos atender por demanda”, afirma.

MUDANÇA DE LOCAL

O secretário comenta que muitas pessoas continuam descumprindo as orientações e que nem todas reagem bem quando são abordadas. “As pessoas não estão levando a sério essa questão. Nós já tivemos muita dificuldade de convencer as pessoas a ficarem em casa em relação a lagos e parques. Onde a gente está fiscalizando, as pessoas mudam de local. Por exemplo, agora as pessoas estão fazendo caminhada nas margens da PR-445, na avenida Waldemar Spranger, rua Adhemar Pereira de Barros, ou seja, dão um jeito para uma situação que deveria estar internalizada”, critica.

PM

O subcomandante da 4ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar), Ricardo Eguédis, comentou que, em geral, houve diminuição das ocorrências, porém há uma mudança de comportamento que tornam outras situações mais evidentes, como a vulnerabilidade dos estabelecimentos comerciais que ficam abertos e das pessoas que circulam nas ruas, estes estão mais propícios a serem vítimas de criminosos.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia altera rotina de órgãos de segurança em Londrina
| Foto: PM/Divulgação

A PM também trabalhou com o carro de som que alertava a população sobre a importância de se manter em isolamento domiciliar no início da quarentena, serviço que já foi suspenso. Agora, os alertas se dão de maneira pessoal. “Durante o ciclo do policiamento, orientamos pessoas e comerciantes, fazemos as abordagens, conversamos sobre essa situação de pandemia. Surtiu bom resultado, a maioria dos estabelecimentos mudou o sistema de atendimento”, comenta.

Porém, foi preciso ir além da abordagem. A companhia adotou algumas práticas que proporcionassem o cumprimento da ordem de forma que minimizasse os impactos que a obediência poderia acarretar. “Como nós temos um departamento de comunicação social, a gente monta um cartão virtual para esse comerciante distribuir para os contatos dele e poder continuar atuando dessa maneira", explica.

Assim, alguns comerciantes passaram a adotar o delivery ou sistema de entrega na porta do estabelecimento. "A gente tem grupos de comércio da região e isso está dentro da nossa doutrina de policiamento e proximidade. Não é só resolver o problema de segurança pública, nós temos que combater não só o crime, mas também o medo”, defende. Entre as propostas de conscientização, entrou a atuação do comando descentralizado, em que trabalhos administrativos são realizados do módulo da PM.

BOMBEIROS

Segundo Wilson Oliveira Paulino, comandante do 3º Grupamento de Bombeiros, as chamadas também sofreram alteração na corporação. “É notório que aumentou o número de quedas de mesmo nível e de plano elevado, os traumas residenciais, e diminuiu o número de traumas ocasionados por acidentes de trânsito”, aponta.

O comandante afirma que ainda não conseguiu analisar os dados, mas que é perceptível essas alterações na rotina dos trabalhos, que não resultam em alteração dos números, mas na forma de atendimento. “A ambulância dos Bombeiros já atendia esse tipo de trauma antes, então não tem mudança, o preparo é o mesmo”, afirma.

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