Em Porecatu, a psicóloga Jaqueline Azinari e a fonoaudióloga Daniela Bacca trabalham no setor de diagnósticos da secretaria municipal de Educação e percebem que ainda existem muitas dúvidas sobre o autismo. Para incentivar o diagnóstico precoce, elas promovem no dia 20 de abril a palestra "Autismo: identificação, avaliação e intervenção", com o neurologista infantil Clay Brites, do Instituto Neurosaber, de Londrina.

O evento será das 8 às 17 horas na Escola Santa Luzia e as inscrições podem ser feitas no site www.conectasaudeeeducacao.com.br. "Sabemos que o autismo pode ser diagnosticado antes dos 18 meses para aproveitar a 'fase de ouro' do desenvolvimento da criança. A palestra tem o objetivo de levar informações para pais e profissionais da área de educação e saúde", diz Azinari.

O médico Clay Brites é referência em autismo na região de Londrina e confirma que o diagnóstico depois dos 3 anos é considerado tardio. "Até essa idade as chances da intervenção ser eficaz são maiores", afirma, destacando que psicoterapia comportamental, suporte para escolas e famílias e intervenção para evitar atrasos de desenvolvimento e linguístico são fundamentais para diminuir os sintomas do autismo. "São ações que melhoram a percepção social e reduzem prejuízos na fala, mas devem ser adotadas antes dos 3 anos porque nessa fase o cérebro da criança tem mais plasticidade", reforça.

A experiência no atendimento de muitas crianças na região demonstra que o diagnóstico tardio ainda é uma realidade e ocorre principalmente por falta de conhecimento e informação. "Existem mitos que rondam o autismo, como esperar para confirmar o transtorno. Quando há suspeita, é preciso empreender um fluxograma para fechar ou descartar o diagnóstico", explica.

Outra causa de atraso é a disparidade de conhecimento entre os profissionais. "Os pais buscam uma segunda opinião e tendem a dar razão para o médico que descarta o autismo. Isso também atrasa o diagnóstico", diz. Presença de outras condições, como TDAH, transtorno de linguagem e esquizofrenia também confundem profissionais e dificultam o diagnóstico de autismo. (C.A.)