Atravessar a Avenida JK, no centro de Londrina, em horários de pico é uma tarefa que requer paciência e muito cuidado de qualquer pedestre. Esse é o desafio que pais, alunos, servidores e professores do Colégio Estadual Vicente Rijo, o maior da cidade, precisam cumprir todos os dias. Porém, pelo menos dois obstáculos aparecem no meio do caminho: o desrespeito dos motoristas com a faixa de pedestres e a alta velocidade dos veículos.

O medo de ser atropelado também é companheiro dos pais e estudantes da Escola Municipal Norman Prochet, que desde o começo do ano utiliza 14 salas do Vicente Rijo. Foi o jeito encontrado para abrigar as crianças durante a reforma da unidade localizada no Parque Guanabara, na zona sul. As obras, no entanto, estão atrasadas.

Atravessar a faixa de pedestres da JK na frente do Vicente Rijo virou tarefa complicada para pais e alunos
Atravessar a faixa de pedestres da JK na frente do Vicente Rijo virou tarefa complicada para pais e alunos | Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Somadas, as instituições de ensino reúnem cerca de 1,6 mil pessoas por dia, entre alunos e funcionários. A FOLHA foi conferir a reclamação da comunidade escolar e identificou várias imprudências. No vídeo abaixo, por exemplo, uma idosa tenta atravessar com o filho que havia acabado de sair da escola e uma moto passa sem respeitar os pedestres. Em outro momento, um veículo para em cima da faixa após um pequeno congestionamento se formar na avenida.

Diante do risco de acidentes, a diretora do Vicente Rijo, Maria Beatriz Bernardy Martinez, pediu a construção de uma faixa elevada ao lado do ponto de ônibus na JK. "As aulas estão 100% presenciais desde o dia 27 de setembro, o que aumentou bastante a circulação de pessoas por aqui. O movimento já é grande principalmente às 7h, na hora do almoço e no final da tarde. Tenho ainda mais receio de alguém ser atropelado depois que a rede municipal veio pra cá", relata.

Imagem ilustrativa da imagem Pais e alunos relatam medo de atropelamento na frente de colégio no centro de Londrina

Realidade que a coordenadora pedagógica da Norman Prochet, Francielle Barrinuevo Zambon, conhece bem. "Sabíamos que o tráfego de veículos sempre foi intenso nessa região. Como a escola está aqui, muitos pais têm dificuldades de estacionar e pegar os filhos na saída das aulas. Boa parte dos motoristas respeita a faixa, mas outros não estão nem aí", afirma.

A advogada Jéssica Oliveira explica à FOLHA que fica com medo do sobrinho, que estuda na escola municipal, ser vítima de acidente. "Precisamos urgente da faixa elevada. Dá pra perceber que os carros não param. Até a professora tem que ajudar os alunos a atravessaram a avenida", observa.

Mãe de uma estudante, a técnica de enfermagem Soraya Cotrim tem a mesma opinião. "Já passou da prefeitura fazer alguma coisa. Tem gente que respeita, outros param no meio da faixa. Aí fica difícil". A comerciante Ana Cantoni segue o mesmo raciocínio. "Tenho uma sensação de pânico quando passo por aqui. Meu coração até disparava de medo", relata.

Procurada, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) informou que a Diretoria de Trânsito está analisando a possibilidade de implantar uma faixa elevada no trecho, mas não estipulou data para atender ou não o pedido.

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