Marcos NegriniPena máximaSilvio Rocha, Massataka Ota e Luiz Carlos Rocha, do Movimento Paz e Justiça: campanha nacional quer recolher 5 milhões de assinaturas para tentar mudar a lei brasileiraO empresário Massataka Ota, pai do estudante Ives Ota, 8 anos, sequestrado e morto em agosto do ano passado em São Paulo, começou por Maringá a etapa do Paraná da campanha do Movimento Paz e Justiça. A intenção de Ota é recolher 5 milhões de assinaturas pedindo a pena de morte para os crimes hediondos e a condenação máxima aos homicidas do filho. São acusados de matar Ives o policial civil Adelino Donizete e os policiais militares Paulo de Tarso e Sergio Eduardo Pereira de Souza, que trabalhavam como segurança na loja da família em São Paulo.
O crime aconteceu no final de agosto do ano passado. O policial Adelino foi até a casa da família Ota, na Vila Carrão, com flores e um pacote de presente. A babá de Ives, orientada a não abrir o portão para estranhos, resistiu mas acabou permitindo a entrada do policial, que entrou na casa e acabou sequestrando o garoto. Durante 11 dias a família tentou negociar com os sequestradores, com intervalos sem contato que deixaram os pais desesperados. ‘‘Eles pediam valores absurdos’’, revela Massataka.
Através de investigações a polícia chegou até Adelino, que entregou Paulo de Tarso e Pereira de Souza. Os três foram expulsos da polícia e devem ir a julgamento em um mês. ‘‘Formamos a comissão para impedir mudanças que beneficiem os autores de crimes violentos, que estavam propostas na reforma do Código Penal’’, diz Massataka.
Ele diz que largou todos os negócios em São Paulo e que vai percorrer o máximo de cidades do país em busca de apoio. O movimento já tem mais de 1,5 milhão de assinaturas, e espera chegar às 5 milhões antes da votação do projeto que muda o Código Penal, no próximo ano. O telefone do movimento em São Paulo é (011) 293-0966 ou 217-5868.