A direção do HU (Hospital Universitário) de Londrina emitiu um comunicado nesta segunda-feira (15) com alerta para superlotação no hospital de retaguarda que faz atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19 pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo informações atualizadas, os leitos de enfermaria estão com 115% de ocupação e os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão 96% ocupados. Esta é a segunda vez no mês que as vagas extrapolam sua lotação máxima, repetindo o índice do domingo (7), quando as 96 vagas disponibilizadas exclusivamente na enfermaria foram completamente preenchidas.

A diretoria do HU informou que mantém sua capacidade instalada de leitos Covid em operação "na sua integralidade". Sobre o leitos de enfermaria, a instituição informou que está acomodando pacientes com a infecção também em leitos de enfermaria não exclusivos para infecção dentro do próprio hospital. "Ante ao exposto, a direção do HU-UEL solicita à população do município de Londrina maior engajamento no que se refere ao cumprimento das medidas sanitárias que visam à redução da transmissão da Covid-19, tendo em vista evitar o colapso no sistema de saúde da região", diz a nota.

Já o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, afirma que secretaria vai remanejar pacientes para desafogar atendimento no hospital. “Esse é um processo muito dinâmico e nós acompanhamos dia a dia. A partir do momento que atinge uma ocupação de 90% a 95%, é natural que demore um tempo para que essa ocupação volte a cair, até mesmo pela rotatividade dos pacientes internados com coronavírus, tem um tempo médio de permanência e isso normalmente pode gerar de cinco a sete dias nas enfermarias”, afirma o secretário. Desde o dia 5 de fevereiro, a taxa de ocupação dos leitos nas enfermarias Covid SUS estão acima dos 90%.

Imagem ilustrativa da imagem Pacientes serão redirecionados para reduzir lotação de leitos no HU
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo FOLHA

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Pela segunda vez no mês, leitos de enfermaria Covid SUS estão 100% ocupados em Londrina

Machado afirma que, desde o início da pandemia, o HU garantiu e continuará garantindo atendimento a todos os pacientes que necessitem dos leitos de enfermaria SUS Covid e reforça que o hospital é referência de atendimento de uma macrorregião de saúde que engloba 97 municípios e população estimada em dois milhões de habitantes.

Para reduzir a lotação da enfermaria no hospital, o secretário afirma que haverá remanejamento de pacientes. “A gente já reforçou as orientações junto às centrais de regulação, o Samu, que nesse momento pudessem evitar o direcionamento de pacientes ao HU para que o hospital consiga se organizar, bem como providenciar a transferência daqueles pacientes que estão no HU e tenham condições clínicas de irem para outro serviço”, afirma.

Neste caso das pessoas já hospitalizadas na enfermaria, o secretário explica que muitos chegam com a doença, mas já passaram do período de transmissibilidade. “Ou seja, em que pese, ainda necessitarem de internação, nesse momento, já não transmitem a doença. Motivo pelo qual podem ser direcionados de acordo com critérios médicos a outra instituição hospitalar”, afirma. “É isso que estamos fazendo. Essa gestão para que nenhum paciente fique sem assistência e, consequentemente, no decorrer dos próximos dias, a ocupação se estabilize e diminua”, acrescenta.

LEITOS



A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) disponibiliza, no Portal de Transparência, a taxa de ocupação dos leitos em todas as 22 Regionais de Saúde do Paraná. Em Londrina, além da enfermaria em lotação máxima, os dados apontam que os leitos exclusivos para Covid-19 da UTI do HU atingiram a taxa de 94% de ocupação neste domingo. No Hospital do Coração, essa taxa é de 58%. (Veja o documento aqui).

Ao todo, são 106 leitos exclusivos Covid-19 na UTI adulta, dos quais, 85 estavam ocupados. Na UTI pediátrica, são cinco vagas, das quais duas estavam preenchidas, levando a uma taxa de ocupação de 40%.

Já os leitos SUS gerais (não exclusivos para atendimento à Covid-19) nas UTIs para adultos do Hospital Evangélico estavam 73% ocupadas, do HU 76%, da Santa Casa 25%. Foram contratadas duas vagas no Hospital Evangélico, as duas estavam preenchidas, e quatro vagas na Santa Casa, que estavam desocupadas. Na pediatria, as UTIs de atendimento geral apresentaram taxa de 100% de ocupação no Hospital Evangélico, 80% no HU e 14% na Santa Casa.

MEDIDAS


O último documento divulgado pelo Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública de Londrina) é do dia 28 de janeiro, quando o Centro apontou que Londrina teria atingido a classificação roxa, sinalizando risco muito alto da doença na cidade. Na ocasião, a sugestão do Centro era de restrição máxima. (Acesse o documento AQUI).

Duas semanas depois, a Prefeitura adotou algumas medidas específicas do Carnaval, com o cancelamento do feriado, fechamento dos bares, Lei Seca, toque de recolher, proibição de esportes coletivos, proibição de festas com mais de 10 pessoas e manteve ponto facultativo do comércio, indústria e prefeitura entre os dias 15 e 17 de fevereiro.