Os 60 anos do Asilo São Vicente de Paulo de Londrina

O Asilo São Vicente de Paulo completou 60 anos no dia 27 de setembro. A primeira ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos) de Londrina começou a ser "desenhada" em agosto de 1944, quando foi fundada a primeira conferência de São Vicente de Paulo, cujo presidente foi Antônio de Camargo Correia Ferraz. Um dos vicentinos, Augusto Massaro, sugeriu a compra de um sítio ao lado da chácara da sua família com o objetivo de fundar o Asilo São Vicente de Paulo. Na época, o terreno ficava afastado do centro da cidade, no Parque Guanabara (zona sul).

Os vicentinos resolveram vender os lotes do centro e, com um pouco mais de dinheiro, adquiriram o terreno por cinco contos de réis no dia 18 de dezembro de 1956. A primeira construção destinada à instalação do asilo foi por iniciativa de Antônio Faria Netto e Orestes Medeiros Pullin. Os primeiros londrinenses que doaram foram João Roveri Sobrinho; Raimundo Durães, corretor da CTNP, e João Milanez, fundador da da Folha de Londrina. Mas a pedido de dom Geraldo Fernandes, foi utilizada inicialmente para abrigar crianças órfãs.

Em meados de 1960, as casas são reformadas e ''juntadas em um único bloco'', denominado Asilo São Vicente de Paulo. Como o dia da inauguração não foi registrado, deliberou-se adotar 27 de setembro de 1960, que é consagrado a São Vicente de Paulo, para aniversário do asilo.

Os vicentinos liderados por Antônio Faria Netto começaram em seguida a construção de outro prédio para instalação do asilo, tarefa que em 1965 foi confiada a Florindo Fabiano, que tinha sido escolhido para ser o novo presidente das Conferências Vicentinas de Londrina. Ele recebeu a quantia de Cr$ 26 mil cruzeiros para concluir a obra de três mil e duzentos metros quadrados de construção, além de doações de pessoas da comunidade londrinense. Foi nessa época que foi introduzida uma forma de arrecadação de recursos que se tornou tradicional em Londrina: a coleta no dia de Finados. Fabiano trouxe a ideia do cemitério de Bauru (SP).

A construção do prédio atual teve início em 1966 e foi inaugurado em 1972, com capacidade para 120 idosos divididos nas alas feminina e masculina. Os vicentinos entregaram o prédio para as Irmãs Claretianas e a irmã Eucarística Lo Conte, a primeira diretora do asilo, no cargo por 20 anos.

ADAPTAÇÃO

Mesmo com a inauguração do novo prédio, as antigas casas não foram demolidas. Passaram a abrigar idosos que necessitavam de isolamento, servindo de enfermaria, uma masculina e outra feminina. Irmã Dulce montou uma equipe para cuidar desses idosos doentes: um enfermeiro para os homens e uma enfermeira para as mulheres. Ela própria dormia na enfermaria feminina, para atender os doentes durante a noite.

Na década de 1990, os vicentinos construíram uma enfermaria para este fim, uma vez que o número de idosos com necessidades de cuidados médicos e ambulatoriais havia ampliado. A edificação da segunda ala começou em 7 de abril de 1991 e inaugurada em dezembro de 1996, com capacidade para 80 leitos. Essa ala recebeu o nome de Enfermaria São José.

DIGNIDADE E RESPEITO

Irmã Neusa Aparecida da Silva, coordenadora-geral do asilo, destacou que a importância do asilo é abrigar as pessoas idosas que não têm condições e são abandonadas pela família. “Ele oferece qualidade de vida aos idosos em ambiente com dignidade, respeitoso, acolhedor, saudável, seguro e confortável. Tudo isso focado na assistência e nos cuidados de saúde, proporcionando atividades físicas e de lazer que estimulem eles a autonomia e a interatividade”, destaca. Estão abrigados 112 idosos de 60 a 102 anos.

Atualmente são 68 funcionários, dos quais 40 são enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Temos também fisioterapeuta, assistente social, psicóloga, nutricionista, pessoal do recursos humanos, cozinheiras, o pessoal que trabalha na lavanderia e na limpeza, nos serviços gerais e na manutenção, os motoristas", enumera.

DOAÇÕES

Irmã Neusa explica que a principal fonte de renda hoje é uma parceria com a secretaria municipal do Idoso. Além disso, os internos aposentados contribuem com a manutenção do lar e na aquisição de medicamentos. A pandemia, segundo ela, fez cair muito as doações financeiras e de alimentos.

As principais demandas do asilo são fraldas geriátricas do tamnho G e GG e produtos alimentícios básicos como arroz, feijão, óleo, açúcar e material de limpeza e higiene. “Temos também um bazar beneficente que ajuda muito. Quem tiver roupas usadas, traga para o asilo que a gente coloca no bazar e a venda deles é revertida em renda para a nossa instituição”, pede

SERVIÇO - Asilo São Vicente de Paulo fica na avenida Madre Leônia Milito, 499; fone 3339-0664