Uma instituição com sede em Itajaí, Santa Catarina, venceu o chamamento público da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) para assumir os serviços de bem-estar animal em Londrina. A organização foi a única interessada e apresentou proposta de cerca de R$ 3 milhões, que era o teto financeiro do edital. A estimativa da companhia é que a entidade sem fins lucrativos inicie as atividades em até 45 dias, segundo resposta encaminhada à FOLHA.

A Associação Catarinense de Gestão Hospitalar, Conhecimento e Assistência Social desenvolve trabalhos voltados a pessoas e animais. A instituição já atua com ações envolvendo cães e gatos em Saquarema, no Rio de Janeiro, e em Itapema, Santa Catarina, onde cuida do Departamento de Assistência e Bem-Estar Animal, realizando consultas, cirurgias, vacinação, internação e atendimentos de emergência. A reportagem tentou, porém, não conseguiu contato com os representantes da empresa.

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No Norte do Paraná, a organização prestará trabalho de albergagem de animais, resgate, consultas veterinárias e procedimentos médicos, incluindo o fornecimento de medicamentos e curativos, vacinação, ambulância veterinária, castração, resgate de animais de médio e grande porte, além de coleta, transporte, tratamento e disposição final de carcaças de animais de pequeno porte e grande porte.

A maior parte destes serviços estão no aguardo justamente de uma entidade para que sejam executados. “Ainda estão dentro do prazo para começarem a ser prestados”, explicou a CMTU, por meio de nota. Uma ação que segue acontecendo, independentemente da contratação, é a administração do banco de rações.

O contrato com a associação catarinense é de um ano. A proteção animal em Londrina era de responsabilidade da Sema (Secretaria Municipal de Ambiente), mas foi transferida para a companhia oficialmente em março de 2024, após a Câmara aprovar projeto de lei enviado pela prefeitura.

RESGATE

A estimativa é de que a instituição filantrópica faça, em média, até 350 consultas eletivas de animais de pequeno porte por mês e 150 de urgência e emergência, com prioridade para cães e gatos de famílias de baixa renda. A contratada terá que dispor de uma unidade assistencial, local que será definido com anuência do município. O recolhimento e transporte dos animais de pequeno porte em situação de risco pelas ruas ou vítimas de acidentes vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, de acordo com o que prevê o edital.

OBRA 'EMPERRADA'

Prevista para começar em cinco de janeiro, a construção do Centro de Bem-Estar Animal de Londrina ainda não saiu do papel. O município estaria com problemas para conseguir autorizações ambientais para erradicar 24 árvores no terreno onde a estrutura será edificada, na rua Antônio Piovesan, no jardim dos Alpes, na zona norte. O prazo para conclusão da obra seria novembro, ou seja, daqui quatro meses, período que não será cumprido por conta do imbróglio.

A quatro meses do fim do prazo, obra não iniciou
A quatro meses do fim do prazo, obra não iniciou

A FOLHA entrou em contato com o Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina para saber qual a previsão para, enfim, os trabalhos iniciarem, porém, o questionamento de interesse público foi visualizado e ignorado até a finalização da matéria. A estrutura vai custar R$ 4,9 milhões, com verba do Estado, município e emenda parlamentar. O espaço, de 745 metros quadrados de área construída, será um local de passagem quando houver necessidade de atendimento, para a posterior destinação do animal para um tutor. A empreiteira que ganhou a licitação é a mesma que está fazendo o pronto-atendimento da zona sul.