A PF (Polícia Federal) cumpriu, nesta quarta-feira (31), oito mandados de busca e apreensão em Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina. A operação, denominada “Ronda Agro”, foi feita em conjunto com servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária. Os alvos, que são da mesma família, são suspeitos de fabricar e comercializar de maneira ilegal produtos alimentícios e terapêuticos para animais, principalmente aqueles de grande porte.

O grupo teria criado quatro empresas na cidade, no entanto, algumas estavam sediadas formalmente em endereços residenciais, o que também levantou indícios de que sejam escritórios de fachada. “Essas empresas não tinham registro no Ministério da Agricultura, mas mesmo assim fabricavam clandestinamente estes produtos. Para dar ar de legalidade, eles falsificavam o selo de inspeção federal e colocavam nas embalagens”, relatou o delegado Joel Ciccotti.

A comercialização dos produtos acontecia por meio da internet ou diretamente com os agricultores. Segundo a Polícia Federal, um casal seria o principal responsável por comandar o esquema criminoso. “(Os alvos foram) quatro pessoas jurídicas e cinco físicas. Acreditamos que algumas delas sejam apenas laranjas que figuram no contrato social das empresas, mas não têm poder de gestão, não administram”, destacou.

Ninguém foi preso nesta etapa da investigação. “Vamos analisar o que foi apreendido, como celulares, computadores e documentos, e verificar se existem outras pessoas (envolvidas) e se há necessidade de alguma outra medida cautelar. Se precisar vamos representar outra medida ou encerrar investigação e entregar para o Ministério Público”, explicou.

RISCOS

A informação obtida pelos agentes é de que a fabricação dos materiais ainda era rudimentar, oferecendo risco para a segurança alimentar dos animais e, como consequência, possibilidade de danos à saúde humana.

“A inspeção é para justamente para verificar se a empresa cumpre os requisitos mínimos de segurança na fabricação dos produtos, de segurança sanitária, higiene. Quando o produto não é fabricado dentro dos padrões de segurança, há o risco de que aquilo que o animal consome possa causar dano à saúde e o animal estando atingido por esses produtos químicos e depois sendo abatido, a proteína vai para o consumo humano e há o risco as pessoas”, alertou.

CRIMES

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de falsificação ou adulteração de produtos alimentícios ou medicinais e de falsificação de selo ou sinal público, em que as penas máximas somadas, em caso de condenação, podem chegar a 29 anos de prisão.