Pelo próximo mês os passageiros de algumas linhas do transporte coletivo vão contar com um ônibus diferente dos demais. É um veículo movido 100% a biometano, oriundo do biogás e mais sustentável, soltando menos gases de efeito estufa e que fazem mal para o ser humano. Londrina foi escolhida para ser a primeira cidade do Brasil a receber o teste deste ônibus, numa parceria com a Compagas (Companhia Paranaense de Gás), que vai bancar o gás em um posto que fica na avenida Rio Branco, e a Scania, que é a fabricante.

“A autonomia vai variar de acordo com a operação, mas tem ficado em torno de 300 quilômetros, que é suficiente para a jornada de um ônibus urbano. É um ônibus que tem uma economia no custo de operação em torno de 20% (em relação ao movido a diesel), dependendo do preço do metro cúbico do litro, carga e consumo. Tem se mostrado viável”, destacou Paulo Genezini, gerente de Sustentabilidade da Scania. São oito cilindros.

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Na primeira semana de utilização, o coletivo atenderá os usuários da linha 501 – Terminal Vivi Xavier; na segunda a 314 – Olímpico; na terceira a linha 803 – Terminal Vivi Xavier – Shopping Catuaí; e na última o itinerário da 904 – Terminal Vivi - UEL - Terminal Acapulco. “Faremos a medição em relação à eficiência, economicidade e, principalmente, a questão da inovação”, afirmou Marcelo Cortez, presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). O teste deve começar no dia 12 de junho.

A ideia é de que nas próximas trocas da frota do sistema de transporte pelas empresas este tipo de veículo seja incorporado, dependendo da avaliação final do teste. “Não é uma solução mágica que de uma hora para outra você troca toda uma frota, porque tudo isso é muito caro. Então, feito o teste, nós vamos sentar, ver o resultado e aí fazer um planejamento casado com outras ações”, ponderou o prefeito Marcelo Belinati.

Uma das propostas seria utilizar o gás produzido no próprio CTR (Central de Tratamento de Resíduos) para abastecer os ônibus biometano, caso o projeto avance. “Poderíamos captar o gás e também trazer economia, transformando algo que hoje é um problema em uma solução. É difícil dar prazo (para adquirir os ônibus), mas vamos fazer o mais rápido possível, até porque o Governo Federal lançou um pacote em relação à compra de ônibus que pode ser uma oportunidade”, detalhou Cortez.

OUTRAS CIDADES

A experiência de uso deste coletivo irá se repetir, posteriormente, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Estado. “Teve uma disputa entre Londrina e Ponta Grossa. Mas definimos Londrina e na sequência levaremos para Ponta Grossa. Este ônibus fica na fábrica de São Paulo e eles tiram dos testes próprios para ceder aos municípios do Paraná. Estamos conversando com outras cidades para estender estes testes”, comentou Rafael Lamastra, presidente da Compagas.

TCGL

Questionado pela FOLHA, o presidente da CMTU garantiu que a TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) tem até o final deste ano para substituir cerca de 80 ônibus da frota com mais de dez anos de uso, atendendo o que está previsto em contrato. A Londrisul, por exemplo, está desde janeiro com 14 novos veículos. A demora para substituição dos coletivos da empresa que detém 65% das operações do transporte urbano foi alvo, inclusive, de questionamentos na Câmara de Vereadores.

“Uma nova norma do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) indica que todos os ônibus agora precisam sair com eficiência de euro seis, que é um pouco mais evoluído contra a emissão de poluentes. As concessionárias tiveram que se adaptar a essa realidade, já que estes ônibus são 35% mais caros que os anteriores, o que trouxe um pouco de atraso. A TCGL prometeu que assim que a montadora fizer a entrega, farão as alterações. Estamos atentos”, garantiu Marcelo Cortez.

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