Um ônibus de transporte particular com trabalhadores invadiu duas casas na manhã desta quarta-feira (21) na rua Alcides Alvina Rezende, no jardim Paris, na zona norte de Londrina. Sete pessoas ficaram feridas, sendo que uma mulher de 28 anos morreu dentro da ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) devido ao estado gravíssimo.

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A equipe médica chegou a fazer por cerca de uma hora massagem cardíaca na passageira, que estava sentada na parte da frente do veículo, ao lado motorista. “Ela demandou um número maior de profissionais para fazer a imobilização. Era uma vítima politraumatizada”, relatou o tenente Rogério Moreto, do Corpo de Bombeiros.

Das vítimas que sobrevieram, quatro foram encaminhadas para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, uma para a Santa Casa e outra para o HU (Hospital Universitário). Algumas, inclusive, tiveram que ser retiradas pelas janelas. “Dois tiveram trauma de face e quatro das vítimas estavam perambulando e foram encaminhadas por conta da cinemática aqui do local”, destacou. O motorista sofreu uma fratura no nariz.

O ônibus descia a rua Novarino Geraldo da Silva quando teria tido um problema mecânico, fazendo a curva desgovernado e em alta velocidade, o que foi flagrado por uma câmera de segurança. “Ele (motorista) só relatou que o freio teria falhado, mas ele deverá confirmar isso depois”, ponderou.

No veículo estavam funcionários da central de distribuição do Magazine Luiza, na zona oeste da cidade. O grupo estava sendo levado ao serviço. Em nota, a empresa lamentou “profundamente a morte da colaboradora”. “A empresa está prestando todo o apoio à família da vítima e, também, aos outros passageiros, que foram socorridos e encaminhados para atendimento. O Magalu está colaborando irrestritamente com o processo de apuração dos fatos e expressa aqui a solidariedade e sentimentos a todos os familiares e amigos da nossa colaboradora”, informou.

APURAÇÃO

A empresa proprietária do ônibus – a RB Rotas Bus e Rodrigues e Couto - disse, também por meio de nota à imprensa, que “as causas do acidente estão sendo apuradas e todas as medidas possíveis tomadas para garantir o suporte adequado às vítimas e famílias”. “Lamentamos profundamente o falecimento de uma colaboradora do Magazine Luiza e expressamos as mais sinceras condolências à família enlutada. Estamos prestando assistência à família da vítima e oferecendo atendimento médico aos demais funcionários que estavam no veículo no momento do acidente”, garantiu.

A Polícia Científica recolheu o tacógrafo do ônibus. “Apesar das avarias conseguimos coletar o tacógrafo, que posteriormente poderá ajudar a indicar a velocidade. Fizemos o exame das vigas ao redor e é possível que nesse fato tenhamos que fazer exames complementares. O veículo será recolhido e averiguado posteriormente”, explicou a perita criminal Larissa Richter.

‘LIVRAMENTO’

Apesar da grande destruição, nenhum morador dos imóveis atingidos se machucou. Uma residência teve o quintal avariado e a outra a estrutura completamente danificada, em que a família havia se mudado para outro endereço há cerca de duas semanas. “Terminamos de fazer a pintura para entregar as chaves. Meu pai mora aqui perto e me ligou. Entrei em desespero, porque onde o ônibus está parado é onde ficava com as minhas crianças. Trocava elas para levar para a escola. Se estivesse morando aqui, com certeza, estaria na sala”, contou Eduardo Almeida, vidraceiro. “Uma sensação de livramento”, definiu.

Atualizada às 12h37