A ADA (Associação Defensora dos Animais de Londrina) vai manter suas atividades na cidade até o mês de dezembro deste ano. Até lá, o foco será a adoção responsável para os mais de 800 cachorros e gatos que estão abrigados na ONG (Organização não governamental).

A presidente da entidade, a ativista Anne Moraes, afirma que será feita uma campanha de adoção mais intensa a partir do segundo semestre, e que a expectativa é encontrar novos lares para uma média de 50 a 60 animais por mês. Hoje, a entidade consegue a adoção de cerca de 45 animais mensalmente, incluindo os que estão abrigados na sede e os que estão com protetores independentes.

“A gente divulga esses animais que estão em lares temporários, estamos ajudando os protetores e as pessoas que resgatam animal. A ADA faz vários papéis na cidade, não é só o abrigo”, explica Anne.

E, para manter a estrutura até o encerramento, a presidente afirma ser necessário um montante mensal de R$ 150 mil. É o custo operacional de aluguel, folha de pagamento, ração, produtos de limpeza e outros gastos. Por isso, a entidade reforça o pedido por doações. “Eu tenho que manter esse abrigo até dezembro. Hoje o custo desse abrigo é R$ 150 mil, do jeito que ele está”, diz Anne.

Imagem ilustrativa da imagem ONG que cuida de animais em Londrina mantém atividades até dezembro
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Moraes também relata que a Prefeitura de Londrina está ciente do encerramento das atividades da ONG. “Como eu não vi interesse da Sema em ficar com os animais, eu conversei com algumas pessoas e a gente decidiu que os animais que não forem adotados até o final do ano, vão ficar comigo. Nenhum animal vai voltar para a rua”, esclarece Anne.

ABANDONO AUMENTOU EM ABRIL

A presidente da ADA relata que o abandono de animais em frente à ONG aumentou no último mês. Em abril, foram 38 animais deixados no portão da instituição. Em uma das situações, segundo Anne, uma mulher deixou uma caixa com oito cachorros.

“Depois que eu avisei que a ONG está fechando, parece que o povo começou a jogar mais animal aqui”, lamenta. “É fundamental falar isso para o poder público, porque bem ou mal a ADA está sendo o escape desses animais que estão na rua. E quando não existir mais a ADA, para onde vão esses 38 animais que foram abandonados no meu portão?”, questiona.

DOAÇÕES

De acordo com a presidente, podem ser doadas tampinhas, para o trabalho de reciclagem feito pela ONG, ração, remédios, produtos de limpeza e outros itens para o dia a dia. Também é possível destinar notas fiscais, através do Nota Paraná, para a instituição. Para doações em dinheiro, é possível fazer Pix pela chave [email protected]. “Tudo isso é importante para manter o abrigo até o fechamento”. Outros detalhes sobre doações podem ser conferidos nos perfis da ADA nas redes sociais (@ada.londrina.oficial).

PODER PÚBLICO

Procurada pela reportagem, a Sema, através da assessoria de imprensa, disse que “não se trata de interesse, mas da atual impossibilidade de ficar com os animais”

“A secretaria não possui recursos ou local para isso. É preciso cumprir a legislação para que isso seja feito. Dotação orçamentária prévia, licitações e políticas públicas vinda do legislativo”, diz a pasta.

Em relação ao auxílio à ONG ADA e aos protetores individuais, a Sema afirma que isso é feito através do programa Banco de Ração.

Além disso, a pasta diz que tem disponibilizado um formulário para recebimento de denúncias de abandono animal e maus-tratos. Com a denúncia, a Sema tem fiscalizado os locais e buscado solucionar o problema. “As medidas tomadas são a responsabilização dos atos praticados, por meio de notificação ou autuação, conforme o Art. 5° da Lei 12.992/19”.

Por fim, a secretaria destaca que não realiza resgate de animais e que a intenção é conscientizar a população sobre a adoção responsável. “Os tutores precisam se responsabilizar pelos seus animais. Não queremos criar depósitos de animais, mas animais com lares. Por isso a conscientização é tão importante. O abandono diminui quando há o controle e punição desses infratores. A castração dos animais de rua também é um dos meios para diminuir essa população abandonada”, conclui.