Onde estão? O caminho dos objetos até o achados e perdidos
Londrinenses já esqueceram dentaduras, muletas e até cadeira de rodas em terminais de transporte
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Londrinenses já esqueceram dentaduras, muletas e até cadeira de rodas em terminais de transporte
Maria Tereza Nascimento e Luiza Arlindo - Estagiárias
Na correria do dia a dia você já notou que havia perdido algo pelo caminho? Em Londrina, boa parte da população já perdeu algo nas ruas ou esqueceu algum objeto em locais onde há uma maior circulação de pessoas, como nos terminais de transporte. Independentemente de onde, o achados e perdidos se tornou o refúgio dos objetos esquecidos pelos passageiros, desde algo pequeno, como óculos até uma cadeira de rodas.
O Terminal Central de Transporte Coletivo já abrigou uma diversidade de objetos inusitados, como muletas, bengalas e cadeira de rodas. De acordo com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanismo), em setembro o número de objetos no setor de achados e perdidos chegou a 151. No mesmo mês, também foram registradas 30 devoluções a proprietários. Guarda-chuvas, documentos, carteiras, peças de roupa e celulares também são objetos comumente perdidos nos terminais.
Essa quantidade de itens é referente aos perdidos no Terminal Central e nos de integração. Quando a perda ocorre dentro dos ônibus, os pertences vão para a garagem das concessionárias - Londrisul e TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) que têm seus próprios setores de achados e perdidos.
Tanto nos terminais quanto nas concessionárias, após um período de 30 dias no achados e perdidos, roupas não reclamadas são encaminhadas para doação e documentos são entregues aos Correios.
Futuramente, a Companhia planeja criar uma sala exclusiva de achados e perdidos no piso intermediário do Terminal Central, que funcionará das 6h às 23h59.
UM OBJETO POR DIA NA RODOVIÁRIA
Inaugurado em 1988, o Terminal Rodoviário José Garcia Villar, na zona leste, é o lar de diversos objetos esquecidos. Com viagens para cidades próximas ou para outros estados, o número de pessoas que frequentam o local nas épocas festivas, como Natal e Ano Novo, pode chegar a até 60 mil.
Neste cenário, chega a ser quase impossível, em 36 anos de história, não haver um número significativo de itens esquecidos. Segundo o supervisor do Terminal, Doriedson Pinho, um objeto é perdido por dia e, dentre os artigos que o público mais esquece, os documentos estão em primeiro lugar. Já o mais peculiar fica por conta de uma dentadura.
Entre roupas, óculos, varas de pesca, carteiras, malas, anéis e demais objetos, o supervisor conta que os artigos ficam no local durante muito tempo, tanto que alguns celulares são datados do ano de 2017. Mas ele explica que “depois de seis meses guardados, e sem o dono aparecer, o objeto é catalogado para ser encaminhado a uma instituição de caridade. Já os documentos são catalogados e encaminhados à agência dos Correios”.
MAIS DE 500 ITENS
O aeroporto Governador José Richa, também na zona leste, recebe e envia centenas de passageiros para seus destinos todos os dias há 88 anos. Entre idas e vindas, o achados e perdidos da companhia já acumula mais de 500 itens, desde bengalas e um andado, almofadas de pescoço e garrafas d’água.
De acordo com a empresa, os objetos perdidos podem ser recuperados dentro de 90 dias. Após esse período, os que não foram procurados são destinados a organizações sem fins lucrativos ou descartados.
DESTINO ÚNICO PARA DOCUMENTOS
Todos os documentos encontrados nos locais de grande transição de pessoas têm o mesmo final. Para ajudar a população a recuperar seus documentos pessoais perdidos, os Correios oferecem o serviço achados e perdidos, criado há mais de 30 anos.
Atualmente, o Paraná tem cerca de 2,5 mil documentos perdidos em agências. Segundo a empresa, ao receber os documentos nas agências é realizado o cadastramento dos dados em um sistema que, por sua vez, pode ser consultado pelas pessoas via site dos Correios, pela CAC (Central de Atendimento dos Correios) através do telefone 3003-0100, para Capitais e regiões metropolitanas, ou 0800-725-7282, para demais localidades, ou pelo aplicativo no menu “Achados e perdidos”.
Os canais são essenciais para otimizar a busca pelos documentos e, também, a organização das agências que, por sua vez, armazenam os documentos em arquivos de aço. Além disso, caso seja constatado que o documento perdido está em uma cidade diferente da qual o proprietário se encontra, é possível fazer solicitação para que ele seja enviado à agência mais próxima.
Contudo, a empresa destaca que o prazo de guarda é de 60 dias e que os objetos que não são restituídos aos clientes a tempo são encaminhados para o órgão emissor.
SERVIÇO
Confira como funciona o serviço de achados e perdidos:
TERMINAL CENTRAL: Usuários devem procurar a sala de segurança do Terminal, localizada no piso intermediário. Lá eles podem reclamar o objeto perdido e assinar um termo de devolução.
AEROPORTO JOSÉ RICHA: A pessoa pode ir até o aeroporto ou entrar em contato com o setor de atendimento ao cliente, pelo telefone 0800 727 4720.
TERMINAL RODOVIÁRIO: O telefone de contato da rodoviária é (43) 3372-1800 para verificar se o objeto está lá. Para a retirada basta ir até o local com documento ou informações do objeto para ser executado o protocolo de entrega.
CORREIOS: Para recuperar o documento, o cidadão deve apresentar outro documento que comprove sua titularidade e pagar o valor de R$ 7,25 pelo serviço (independentemente do número de documentos). A taxa é cobrada para cobrir os custos com a guarda desse material. Os documentos só poderão ser entregues aos proprietários ou seus representantes legais, devidamente reconhecidos. No caso de menores de 18 anos, têm autorização para o resgate pais ou responsáveis munidos de carteira de identidade.
Supervisão - Celso Felizardo - editor