Alexandre Sanches
De Londrina
Um grupo de moradores de Cambé (13 km a oeste de Londrina) protocolou na Promotoria de Justiça local um pedido de providências para a conclusão da obra de acesso à cidade, via Avenida Roberto Conceição. A obra de transposição da BR-369, iniciada há aproximadamente três anos, está parada há mais de um ano.
No dia 23 de dezembro, o capotamento de um veículo, que derrapou na pista e capotou no local onde passaria a transposição, matou uma menina de três anos. Após este acidente, moradores resolveram protestar e fizeram um abaixo-assinado com 40 nomes, que incluem advogados, comerciantes e profissionais liberais do município. No documento, eles pedem que a Justiça determine a colocação de defensas (proteção de metal) na curva da BR-369, bem no acesso a Cambé, para evitar que novos acidentes ocorram no local, considerado pelo próprio Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) como ponto crítico.
O empresário José Ricardo Sachsida, 32 anos, disse que é ‘‘inadmissível’’ ver uma obra parada em um local onde ocorrem muitos acidentes. ‘‘Naquela curva o asfalto é liso. Com a chuva, vira um sabão que ninguém consegue segurar. Queremos é que concluam de uma vez por toda a transposição e que coloquem uma segurança para os usuários da BR-369’’, comentou.
Para o advogado Antônio Euthymio Casaroto, 63 anos, o pedido de providência é a arma que eles encontraram para evitar que a população tenha que esperar por mais tempo uma decisão do governo do Estado em concluir a obra. ‘‘Já fizeram uma parte da obra e pararam. Agora ela está se deteriorando com o tempo. Será que vão esperar acabar com o pouco que fizeram para retomar?’’, questionou.
Além da conclusão da obra de transposição, o grupo pede também que sejam notificadas a construtora da obra, a Secretaria de Estado dos Transportes e a Econorte, concessionária responsável pelo Lote 1 do Anel de Integração e que administra a BR-369, considerados todos responsáveis pela situação no local.
Ontem de manhã, a assessoria de imprensa da Econorte informou que o diretor de engenharia Hélio Ogama reconheceu que o problema é grave em função das obras do viaduto. Quanto a defensa na curva da BR-369, a assessoria disse que a solução é somente paliativa. A concessionária recebeu o ofício dos manifestantes e já está tomando as providências cabíveis: enviar um ofício para o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para homologar o pedido da colocação das defensas. ‘‘Qualquer obra fora do contrato de concessão das rodovias deve ser homologado pelo DER’’, afirmou a assessoria da Econorte.
O prefeito de Cambé, José do Carmo Garcia (PTB), não foi encontrado ontem para comentar o assunto. De acordo com a sua assessoria de imprensa, a prefeitura está em contato permanente com o governo do Estado. Este, por sua vez, tem informado que aguarda a viabilização de recursos para retomar a obra, mas sem previsão de data.
A Folha tentou, ainda, obter a versão da Secretaria de Estado dos Transportes. Porém, até o final da tarde de ontem a assessoria de imprensa do órgão não respondeu aos contatos telefônicos feito pelo jornal.População de município vizinho a Londrina encaminha documento à Justiça exigindo providências por parte dos responsáveis
Paulo WolfgangACESSO PERIGOSOSem a conclusão das obras, o acesso à cidade se tornou local de risco principalmente nos dias de chuva