Imagem ilustrativa da imagem O que se aprende com um ano de pandemia de Covid-19?
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Era 17 de março de 2020 quando Londrina foi "‘despertada" pelo vírus Sars-CoV-2, que causa a doença respiratória Covid-19. Desde então, o que parecia distante passou a conviver com as famílias nas ruas, nas casas, nos shoppings, no transporte público e ambientes hospitalares.

Hoje, em 17 de março de 2021, exatamente 365 dias após o primeiro caso de Covid-19 confirmado na cidade, a FOLHA foi às ruas para ouvir algumas das histórias de vidas impactadas pela pandemia. Há um ano, a capa do jornal anunciava o começo de uma vida adaptada, com escolas e universidades fechadas, unidades de saúde com imensa procura, a suspensão do campeonato paranaense, assim como a da maior feira agropecuária do Sul do País: a ExpoLondrina.

APRENDER A ECONOMIZAR

A auxiliar de limpeza Lilian Cristina Bitencourt lembra bem desse dia. Ela estava trabalhando em um shopping da cidade quando o primeiro caso da doença em Londrina tomou conta de todas as rodas de conversa. “O sentimento que me veio era de muito, muito medo. Era um vírus totalmente desconhecido e ninguém sabia o que era o certo a se fazer. Mas apesar desse pânico, a gente não conseguia imaginar que estaríamos em um cenário tão trágico como o de agora. Muita gente imaginava que depois de um ano íamos ter superado isso”, conta.

Bitencourt foi demitida há duas semanas por consequência da crise econômica desencadeada pela pandemia. “Se tem uma coisa que todos tiveram que aprender nesse ano foi a economizar. Minha preocupação com as questões financeiras é enorme, só não é maior em relação à saúde da minha família porque eu tenho pais e marido no grupo de risco e agora, com esta nova cepa, penso muito no meu filho de três anos”, diz.

VACINA PARA TODOS

O casal Leonildo Santos e Ilma Silva precisou buscar saídas após ambos perderem os empregos. Há um mês eles estão vendendo nas ruas bolos, café e pães que preparam em casa. “Temos três filhos que dependem do nosso sustento e o que mais tira nosso sono hoje é pagar o aluguel. Nossa única esperança é a vacina para todos. Não se trata de uma ‘gripezinha’. A gente vem se apegando a Deus para manter nossas esperanças e se tem uma coisa que passamos a valorizar muito é a liberdade que nos foi tirada”, desabafa Silva.

VALORIZAR A VIDA

Com uma amiga infectada pelo coronavírus, respirando por aparelho há 12 dias, Gilberto Cláudio Oliveira disse que o maior aprendizado neste último ano foi o de valorizar a vida, a saúde. “Tenho fé em Deus que vai melhorar. Tem que melhorar porque pior não dá para ficar. Minha esperança está na vacinação”, diz.

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| Foto: Micaela Orikasa - Grupo FOLHA

Há 10 anos, Oliveira vive do trabalho de montagem de festas e eventos, um segmento bastante impactado na pandemia. “Eu chegava a preparar quatro festas por semana e hoje, é zero. Estou usando as reservas que tinha, mas ela é finita. Uma hora vai acabar, mas eu escolhi agir e por isso estou fazendo vários serviços que surgem. Estou abraçando tudo”, comenta.

As narrativas são carregadas de preocupação, tristeza e um esgotamento emocional, mas é no traço de esperança que muitas famílias estão enfrentando um dia após o outro. Foram tantas adaptações ao longo do primeiro ano de pandemia que é inevitável dizer que toda essa crise trouxe consigo também algumas lições. A maior delas é o verdadeiro valor da vida.

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