No calor, cuidados com a saúde devem ser redobrados
Com as máximas ultrapassando a casa dos 30° em Londrina, o que é comum para a estação mais quente do ano, a hidratação do corpo é fundamental
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Com as máximas ultrapassando a casa dos 30° em Londrina, o que é comum para a estação mais quente do ano, a hidratação do corpo é fundamental
Jéssica Sabbadini - Especial para a FOLHA

O verão é uma das épocas do ano mais esperadas por muitas pessoas, já que representa o período de férias para muitos, ainda mais para aqueles que gostam de “pegar uma praia”. Apesar disso, a estação mais quente exige cuidados com o corpo e com os ambientes, já que o calor faz com que a perda de água seja mais intensa e, por isso, a hidratação deve ser prioridade.

Meteorologista do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), Reinaldo Kneib explica que o calorão deve seguir até as próximas semanas. Apesar disso, ele ressalta que não é possível falar em uma onda de calor pelo fato de que as temperaturas não estão acima da média histórica do período.
Para ser considerada uma onda de calor, as máximas devem ficar acima dos 35° por pelo menos cinco dias consecutivos, cinco graus mais elevado do que a média histórica, que é de 30,4°, o que não aconteceu até o momento.
“Está fazendo calor, a gente está no verão, alguns dias estão um pouco mais quentes, mas não tem essa onda de calor”, afirma. Nos próximos dias, as máximas devem ficar na casa dos 31°, sendo que no dia 20 a temperatura pode chegar até 34°. “É natural ter essas variações de dois graus para cima ou para baixo”, explica. Até o momento, não há previsão para a chegada de ondas de calor para a região.
Para que haja uma onda de calor, é necessário que o tempo esteja ensolarado e seco, diferente do que vem acontecendo, já que os temporais de fim de tarde, as chamadas chuvas de verão, são comuns nessa época e devem seguir nos próximos dias. “O que acontece é que está abafado porque tem umidade na atmosfera e causa essa sensação de desconforto térmico”, destaca. Durante o dia, a umidade na região está na casa dos 45%.
Foco na hidratação do corpo
Médica e diretora do Departamento de Pneumologia da AML (Associação Médica de Londrina), Ana Muzio destaca a importância da hidratação quando as temperaturas estão mais elevadas. A quantidade mínima de água que deve ser ingerida por dia varia conforme a idade, o peso e a atividade realizada, mas a recomendação é de que cada pessoa tome entre 30 e 35 ml por quilo de peso. Nesse cálculo, um adulto de 60 quilos deve beber cerca de dois litros de água por dia. Entretanto, a pneumologista ressalta que pessoas que têm uma rotina de atividades mais intensa perdem mais água e, consequentemente, precisam se hidratar mais.

Nos dias de tempo mais quente, a perda de água pode levar a pessoa a quadros de mal-estar, tontura, dor de cabeça, fraqueza, queda de pressão e até mesmo desmaio, que são os principais sintomas da desidratação. Idosos ou pessoas com algum tipo de comorbidade, como problemas cardíacos e renais, o quadro pode ser ainda mais sério, já que pode desencadear uma crise renal, por exemplo.
Associada à hidratação, é fundamental manter uma alimentação equilibrada, principalmente com a ingestão de alimentos mais leves e frescos, como frutas, verduras e legumes, que são mais ricos em águas. No caso de alimentos mais pesados, como uma feijoada, por exemplo, o corpo gasta mais energia para fazer a digestão da feijoada, o que faz com que a pessoa se sinta mais cansada. “Isso, em um dia quente, vai fazer com que você se sinta pior. Quanto mais saudável, melhor”, reforça.
No calor, é comum que as pessoas liguem o ar-condicionado para se refrescarem, seja em casa ou no trabalho. Muzio alerta que a diferença de temperatura dentro e fora dos ambientes pode causar um choque térmico, o que pode afetar a parte circulatória e causar mal-estar e dores de cabeça. “Novamente, quem já tem problemas cardíacos ou respiratórios, isso pode piorar”, alerta.

Com essa variação de temperatura podendo causar ou agravar algumas doenças, a recomendação da pneumologista é de que a temperatura do aparelho fique entre 22° e 24°, já que a diferença com o ambiente externo não é tão grande se comparado ao ar-condicionado ligado abaixo dos 18°. Além disso, é importante que a limpeza do equipamento esteja em dia. A orientação, segundo ela, é a limpeza a cada seis meses, já que o aparelho pode acumular sujeira e disseminar bactérias e fungos no ambiente, causando doenças.
Além disso, como o ar-condicionado ajuda a retirar a umidade do ambiente, Ana Muzio explica que é importante manter também um aparelho umidificador ligado, já que ele vai ajudar a devolver as gotículas de água. Apesar de menos eficiente, um balde com água e uma toalha também pode aumentar a umidade do ambiente.
Por fim, a recomendação é que quem pode, deve evitar sair de casa entre às 10h e às 17h, principalmente quem vai fazer alguma atividade física. A preferência é que os exercícios ao ar-livre sejam feitos nas primeiras horas do dia ou à noite, quando as temperaturas estão mais baixas.

