A secretaria municipal de Obras e Pavimentação notificou, na quarta-feira (8), a TCE Engenharia, empresa de Curitiba e que é responsável pela construção da trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina. Na avaliação dos técnicos do município, a obra está com “ritmo lento de trabalho” e a cobrança é pelo “aumento na mão-de-obra”.

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No documento, assinado pelo secretário de Obras João Verçosa e os engenheiros fiscais – e que a reportagem teve acesso -, é destacado que a interdição da Rio Branco, entre a Leste-Oeste e a avenida Pandiá Calógeras, foi iniciada em setembro de 2022 e ainda está longe do término. Outro problema apontado é em relação à segurança para os motoristas.

“A interdição de metade das pistas da avenida Leste Oeste, nos dois sentidos, foi realizada em 26/08/2022 e, cinco meses após estas interdições, verifica-se que não estão sendo executadas há mais de dois meses as barreiras de concreto projetadas para evitar a queda de veículos na obra, que apresenta várias pontas de ferro às margens da pista. Essas barreiras também são necessárias para execução da recomposição asfáltica, pois, delimitam uma das bordas dos pavimentos”, pontuou o secretário.

VIGAS

Em outro trecho do texto, é ressaltado que o serviço de vigas longarinas, que são o atual caminho crítico da estrutura da laje, tinham 21 unidades de 42 previstas no projeto até o começo de novembro, porém, desde então foram concretadas apenas duas vigas, faltando 19. “Considerando que a empresa execute quatro vigas por mês, a partir de agora, serão necessários cinco meses para conclusão desse serviço, que ainda demandará espera de 28 dias para protensão”, alertou.

A mesma situação se repete em outros serviços, como tirantes, redes subterrâneas e dispositivos superficiais de drenagem, além de uma série de intervenções por começar, como conclusão da laje, impermeabilização e iluminação.

NEM NA METADE

A obra começou em janeiro de 2021, com previsão de término em dois anos. No entanto, foi concedido um aditivo de seis meses e o novo prazo é julho. Faltando cinco meses para a finalização, os serviços estão com 47,48% de execução, percentual reconhecido pela prefeitura como “muito aquém do previsto pela própria empresa”.

“Verifica-se dois meses e meio de atraso em relação ao cronograma apresentado há cinco meses, tendo sido executado metade do previsto para o período (14,67% versus 29,25%). Neste ritmo, com medição de em média 2,94%, a obra levará 18 meses para conclusão”, apontou a secretaria de Obras.

RESPOSTA

A empreiteira tem cinco dias para apresentar justificativa escrita para o atual atraso, explicitar as medidas a serem tomadas para recuperação e indicar um cronograma revisado e realista. O não cumprimento pode resultar na abertura de processo de penalidade e, posteriormente, aplicação das sanções contratuais previstas. A trincheira tem custo de R$ 34,2 milhões.

A FOLHA procurou a construtora - que é do grupo Triunfo -, que indicou falar com o encarregado da obra. No entanto, o profissional informou que apenas o gestor do contrato poderia se manifestas, mas ele não estava no momento da ligação.

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