O final do ano – e da atual administração – se aproxima sem que o acordo para a locação do hospital Mater Dei para receber a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol (zona oeste) durante o período de reforma seja firmado. A negociação entre a Prefeitura de Londrina e a Iscal (Irmandade Santa Casa de Londrina) “emperrou” e um desfecho sobre este assunto deverá ficar para o ano que vem.

As dificuldades para se chegar a um consenso, inclusive, foram tema da reunião que aconteceu nesta semana na secretaria municipal de Saúde entre os representantes da atual gestão e da próxima, que assume em 1º de janeiro. “Colocamos em pauta a importância da reforma e esse entrave. Provavelmente isso deverá ficar para o ano que vem, mas com recursos garantidos para a reforma acontecer”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

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A reportagem apurou que a legislação que regula os aluguéis de imóveis particulares traz exigências que a Iscal não estaria disposta a atender e vice-versa. Recentemente, a Procuradoria Geral do Município encaminhou um documento para a Saúde alertando que não seja autorizada e nem realizada qualquer melhoria no prédio, que fica na avenida Bandeirantes (região central), sem que antes aconteçam alterações no contrato na parte que trata das benfeitorias.

“Estamos com dificuldade de finalizar o contrato de locação com a equipe da Iscal. O Mater Dei foi o único prédio na cidade que encontramos que reunia as condições técnicas de acessibilidade e assistência à saúde para que pudéssemos transferir os serviços da UPA Sol durante a reforma”, destacou o secretário. Procurada, a Iscal confirmou apenas que “até o momento o acordo não foi concluído”.

A unidade da avenida Leste-Oeste atende, em média, de 400 a 500 pessoas diariamente. “Se fechamos a UPA Sol sobrecarregaria de maneira considerável o serviço de urgência e emergência do município, porque ficaria apenas a UPA Sabará e o pronto atendimento do Leonor atendendo 24 horas”, advertiu.

EMPRESA CONTRATADA HÁ MESES

O impasse sobre a locação, que teria um custo mensal de R$ 79 mil, tem impedido o início das melhorias na UPA Sol. Uma empresa foi contratada, e aguarda, há quatro meses para realizar os reparos, que envolvem intervenções em revestimentos de paredes e teto, janelas, cobertura, piso e nas instalações elétricas e hidráulicas, entre outros serviços.

O prédio foi inaugurado há menos de dez anos, no entanto, apresenta vários problemas, principalmente rachaduras. A obra tem orçamento de R$ 1,6 milhão e previsão de duração de oito meses.

PRONTOS ATENDIMENTOS

O ritmo lento na construção dos PAM (Prontos Atendimentos Municipais) das regiões norte, sul e leste da cidade vai impactar na data de entrega das estruturas, que deveriam ter sido concluídas há cerca de um mês e meio. Em outubro, a FOLHA havia mostrado que o percentual de execução das três obras estava abaixo do que foi estabelecido em contrato. Agora, a finalização já está sendo projetada para o ano que vem.

No pronto atendimento da região norte, por exemplo, foi concedido aditivo de tempo prorrogando os trabalhos até 29 de dezembro. Entretanto, a última medição do município contabilizou somente 32,46% de avanço. “Vamos deixar os equipamentos comprados. O que por algum motivo não foi comprado terá o recurso em caixa. Temos os recursos garantidos para a finalização, cabendo a próxima administração descerrar a placa de inauguração e colocar para funcionar”, disse Machado.