Imagem ilustrativa da imagem Nasf de Londrina produz vídeos para pacientes com sequelas da Covid
| Foto: Reprodução/YouTube

Dos milhares de pacientes que sofreram com os sintomas da Covid-19, principalmente aqueles que precisaram de internamento, muitos encontram dificuldades para retomar as atividades diárias. Sintomas como cansaço, fraqueza muscular e falta de ar podem persistir até 60 dias (em média) após a alta hospitalar.

Nesse contexto, um acompanhamento profissional e a prática de exercícios físicos se tornam essenciais para a reabilitação desses pacientes, especialmente na questão da força muscular e o cardiorrespiratório. Para ajudar nesse processo, profissionais de educação física e fisioterapeutas, que atuam no Ambulatório Pós-Covid do Nasf (Núcleo Ampliado de Saúde da Família) de Londrina, estão gravando vídeos com orientações e exercícios. O primeiro deles já foi lançado e pode ser acessado aqui, no canal Exercício e Saúde, da Prefeitura de Londrina.

Ao todo, serão três vídeos que irão trazer, respectivamente, exercícios de prática sentado, prática em pé e respiratórios. Vale reforçar que aqueles que estiverem com alteração na temperatura corporal, dificuldade de respirar, aumento da tosse, aumento da sensação de esforço, fadiga, suor excessivo, visão turva, palpitações, aperto ou dor no peito, tontura, náusea e/ou dor de cabeça, não devem fazer os exercícios. Além disso, a orientação é que cada pessoa converse com o médico antes e peça liberação para a prática dos exercícios.

DESDE MAIO

O ambulatório de fisioterapia para sequelas pós-Covid do Nasf funciona desde maio de 2021, no prédio da Policlínica, que fica na rua Brasil, 1.032. Os pacientes com sequelas graves e moderadas da doença, encaminhados pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), são atendidos por uma equipe multidisciplinar que avalia o grau de comprometimento respiratório, neurológico e motor.

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| Foto: Emerson Dias/N.Com

A partir da condição clínica de cada pessoa, serão trabalhados exercícios com o objetivo de promover a independência e autonomia para as atividades do dia a dia. Os atendimentos também envolvem educação em saúde e cuidados de prevenção. A fisioterapeuta Kátia Santos de Oliveira, coordenadora do PSF/Nasf, explica que, dos quadros atendidos, as sequelas variaram de casos leves a graves predominando a dispneia (falta de ar), fadiga e dores no corpo (principalmente dor lombar).

“Sobre as alterações motoras, há pacientes com fraqueza muscular extrema devido à intubação, com desenvolvimento de polineuropatia, e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Também há pessoas com alterações sensoriais, como hipoestesia (diminuição de sensibilidade) e dor, além de queixas emocionais, como pânico/medo e ansiedade”, completa.

MULHERES SÃO MAIORIA

Até o momento, 57,8% dos pacientes encaminhados para o ambulatório do Nasf são do sexo feminino, a maioria na faixa dos 50 anos. “Os serviços oferecidos são de reabilitação com fisioterapeuta, treino de condicionamento físico, práticas integrativas e complementares, como a auriculoterapia, o TRE (técnica de redução do estresse) e a Terapia Comunitária (terapia de apoio emocional)”, detalha. A capacidade de atendimento é de 66 pacientes para fisioterapia e 30 para educação física, por semana.

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| Foto: Emerson Dias/N.Com

AMBULATÓRIO DO HU/UEL

Desde novembro de 2020, os pacientes que ficaram internados no HU (Hospital Universitário) de Londrina, que é referência no atendimento de casos moderados e graves de Covid-19, também contam com um atendimento ambulatorial de Fisioterapia. O espaço foi instalado em uma das salas do hospital e envolve alunos do último ano do curso da UEL (Universidade Estadual de Londrina), além do projeto de pesquisa Reabilitação Pós-Covid.

A docente e responsável pelo projeto, Vanessa Probst, comenta que o projeto consiste na oferta de um programa de exercícios em duas abordagens: o acompanhamento ambulatorial e o domiciliar. “Ofertamos as duas possibilidades, pois, sabemos que muitas pessoas estão envolvidas em atividade profissional. No ambulatório, elas participam dos exercícios presencialmente, duas vezes na semana, e complementam as atividades em casa. Já no programa domiciliar, são três vezes na semana, com o mesmo volume de exercícios”, explica.

Todos os pacientes são avaliados inicialmente, para verificar o grau de limitação e se será seguro treinar em casa. O treino deve ser seguido de acordo com uma cartilha elaborada pelas equipes de fisioterapeutas e uma vez por semana, os pacientes são acompanhados via telefone.

Segundo Probst, um dos objetivos da pesquisa é comparar as duas abordagens. “Nossa hipótese é que ambas terão resultados benéficos, positivos. Talvez, o programa ambulatorial seja ligeiramente superior pelo acompanhamento presencial em cada exercício”, diz.

A cada oito semanas, os pacientes passam por uma nova bateria de testes e normalmente, são liberados. “A partir de quatro semanas, os pacientes já apresentam uma melhora importante, com relatos de diminuição dos sintomas, maior força e disposição para atividades da vida diária. Ao final das oito semanas, quando realizamos todos os testes, temos comprovado que a melhora é significativa e os pacientes têm relatado grande satisfação”, adianta. Já passaram pelo ambulatório, aproximadamente 50 pessoas, entre homens e mulheres, especialmente na faixa dos 30 aos 50 anos.

SERVIÇO: Interessados no programa de reabilitação pós-covid do HU podem ligar no (43) 3371-2252 (tarde). Também são encaminhados os pacientes que passaram por consulta no Hospital das Clínicas, no campus da universidade.

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