A cidade de Cambé, na Região Metropolitana de Londrina, está em situação de alerta para uma possível epidemia de dengue. Desde agosto de 2021 até o momento (ciclo epidemiológico), o município que possui pouco mais de 108 mil moradores já registrou 20 casos de dengue e 1.495 notificações.

A preocupação do setor de Endemias aumenta ainda mais ao considerar que nesta época do ano a combinação de altas temperaturas com maior incidência de chuvas propicia a proliferação do Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença), e pelos números apresentados no 1° LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) de 2022.

De acordo com o levantamento realizado entre os dias 10 e 15 de janeiro, o município tem índice predial de 1,7%. A porcentagem indica que, dentre os 3.246 imóveis vistoriados, foram encontrados 96 criadouros ativos do mosquito em 63 residências.

A coordenadora das Ações de Campo do setor de Endemias em Cambé, Daniele Rigone, destaca que 90% dos focos do mosquito são encontrados dentro das residências. “Os moradores costumam achar que os criadouros estão em terrenos baldios, mas a verdade é que eles estão dentro das casas, nos vasos de plantas, em reservatórios de água atrás das geladeiras e objetos recicláveis nos quintais. Considerando o período de chuvas, em três dias já é possível encontrar larvas do mosquito nesses locais e, se esses criadouros não forem eliminados e limpos, em cinco dias já teremos mais mosquitos circulando”, ressalta.

MUTIRÕES

Desde o início do mês de fevereiro, a Prefeitura Municipal vem realizando mutirões de limpeza aos sábados, nos bairros com maior índice de infestação. Nos três mutirões realizados foram recolhidos cerca de 18 toneladas de lixo nos bairros Campos Verdes, Centro, Cambé II, Cristal, Guarani, Santo Amaro, São Paulo e conjunto Euthymio Casaroto. Ao todo, foram vistoriados cerca de 30 mil imóveis, alcançando aproximadamente 45 mil pessoas.

Imagem ilustrativa da imagem Mutirão contra dengue em Cambé recolhe 18 toneladas de lixo
| Foto: Fotos: Divulgação/Prefeitura de Cambé

Dados do boletim epidemiológico mostram que a maior taxa de incidência é nas regiões do conjunto Cristal, Centro, Silvino e Guarani. De acordo com Rigone, os próximos mutirões estão programados para o jardim Silvino, no dia 05 de março, no Novo Bandeirantes e nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, em 12 de março e nas vias do Ana Rosa e Cambé IV, em 19 de março.

O recolhimento de objetos que possam acumular água, acontecerá das 7h30 às 15h e a secretaria de Saúde frisa que as pessoas devem deixar esses materiais nas calçadas antes do horário, preferencialmente na sexta-feira à noite. Pela experiência nas ações de campo, Rigone faz um apelo para que a população faça a higiene correta dos recipientes com água acumulada. “Não basta eliminar a água que tem foco do mosquito. É preciso lavar bem com água e sabão porque os ovos podem sobreviver fora da água por mais de um ano e se esse mesmo objeto voltar a acumular água, teremos um novo ciclo de vida do mosquito”, diz.

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