Convênio foi assinado nesta sexta-feira no gabinete do prefeito
Convênio foi assinado nesta sexta-feira no gabinete do prefeito | Foto: Vivian Honorato/N.com

A Prefeitura de Londrina e a Cáritas Arquidiocesana firmaram um acordo para o atendimento de refugiados que chegam à cidade. O serviço já é feito pela instituição há mais de duas décadas, porém, agora foi formalizado e se tornou uma política pública do município. Até então o trabalho vinha sendo mantido por meio do fundo arquidiocesano e parcerias pontuais.

Com este vínculo junto ao poder público a equipe que recepciona essas pessoas será acrescentada, passando a contar com um coordenador, dois articuladores de projeto, psicólogo, assistente social e auxiliar administrativo. A Cáritas vai receber R$ 321 mil num contrato de um ano. O atendimento será das 8h às 17h, na sede da entidade, na rua Dom Bosco, região sul da cidade.

Por meio dessa iniciativa, os imigrantes terão acompanhamento na regularização migratória e obtenção da documentação civil. As atividades serão realizadas em parceria com a rede de serviços socioassistenciais e intersetoriais do município. “Existem problemas sociais que se avolumam no Brasil e em Londrina não é diferente. Com essa parceria buscamos, primeiro, identificar as pessoas, e depois dar assistência para que se regularizem e exista inclusão social”, comentou o prefeito Marcelo Belinati. A assinatura do acordo aconteceu nesta sexta-feira (30), no gabinete.

INTERIORIZAÇÃO

Parte dos refugiados que vêm para Londrina é direcionada pelo governo federal pela estratégia de interiorização, que leva voluntariamente refugiados e migrantes venezuelanos do estado de Roraima e de Manaus (AM) para outras cidades do País. Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Micali, pelo menos 176 pessoas foram trazidas neste formato, no entanto, a prefeitura não foi avisada.

“Estamos sabendo disso por instituições de Curitiba que fazem esse trabalho, não veio nada do governo formalmente. O que ficamos sabendo é que na última vez desceram em Cascavel (Oeste) e foram encaminhados para Maringá (Noroeste) e Londrina”, relatou a secretária. “A nossa preocupação é que a pessoa chega no município sem uma referência. Isso faz com que aumente a vulnerabilidade”, destacou. Recentemente foi realizada uma reunião com o procurador da União que atua na cidade para tratar o tema.

A expectativa é que com a ação da Cáritas estas pessoas sejam acolhidas e o poder público municipal tenha conhecimento sobre quem chega. Para o arcebispo metropolitano de de Londrina, dom Geremias Steinmetz, a experiência da igreja neste tipo de trabalho pode agregar e ampliar a quantidade de atendimentos. “A Igreja já está bastante envolvida com a situação dos migrantes no Brasil inteiro. Vendo todas essas necessidades, vimos que tínhamos que fazer alguma coisa (em Londrina). Temos instrumento eficaz para que nos próximos meses possamos atender muita gente”, projetou.

Segundo informações da Cáritas, em 2020 foram realizado 5.390 atendimentos a migrantes e refugiados. O número representa o atendimento a 507 pessoas (154 famílias), de seis nacionalidades, sendo ao maioria de haitianos e venezuelanos. As famílias foram beneficiadas com cestas de alimentos mensais, encaminhamentos para benefícios de transferência de renda, entre outros.

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ECONOMIA SOLIDÁRIA

A Cáritas Arquidiocesana também será a responsável pelo Programa Municipal de Economia Solidária. A entidade ganhou o edital lançado pela secretaria municipal de Assistência Social. O custo é de R$ 550 mil para um contrato de 12 meses, podendo ser prorrogado. Atualmente o programa atende 166 famílias em 33 núcleos cooperativos. Com a reestruturação proposta pela pasta, e prevista em edital, o número pode chegar a até 500 famílias beneficiadas.

A Economia Solidária assessora empreendimentos em atividades de produção e comercialização nas áreas de artesanato, alimentação, costura, prestação de serviços e agricultura familiar. “A pessoa está fora do mercado de trabalho vai formar os grupos e essas pessoas, no seu grupo, vão dividir todo o recurso que ganham entre si. Não tem patrão, nem empregado. São pessoas que se juntam pelas suas habilidades para ter geração de trabalho e renda”, explicou Micali.

O público prioritário engloba a população em situação de desproteção social. Os produtos do programa podem ser encontrados no Centro Público de Economia Solidária (avenida Rio de Janeiro, 1278) e na Casa da Economia Solidária (Praça 7 de Setembro).

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