A diretoria de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural de Londrina abriu o processo de tombamento como Patrimônio Cultural de Londrina do prédio do Museu Histórico Padre Carlos Weiss, a antiga ferroviária, no centro da cidade. O pedido para o tombamento foi feito no ano passado pela direção do museu, que é ligado à UEL (Universidade Estadual do Paraná). O prefeito Marcelo Belinati e a reitora da universidade, Marta Favaro, foram notificados semana passada sobre a avaliação que está sendo feita.

LEIA TAMBÉM:

= Cooperação vai potencializar turismo na região de Angra Doce

As autoridades ainda foram avisadas de que foi declarado o tombamento provisório, nos termos de uma lei municipal, pelo qual passam a incidir sobre a edificação as limitações ou restrições administrativas próprias do regime de preservação de bens tombados até a decisão final.

“Agora é necessário que a diretoria de Patrimônio faça o encaminhamento de parecer considerando estudo técnico, se existe a pertinência do tombamento ou não. Esse parecer e o estudo são remetidos ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural para que possa analisar e dar o parecer a respeito. Na sequência é encaminhado ao secretário municipal de Cultura, que toma a decisão final. Encerrando a tramitação é feita a publicação no jornal oficial do município”, explicou Solange Cristina Batigliana, diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural.

Museu ocupa prédio da antiga ferroviária desde 1986
Museu ocupa prédio da antiga ferroviária desde 1986 | Foto: Arquivo Museu Histórico

VALORES SIMBÓLICO E HISTÓRICO

O estudo citado foi entregue à diretoria de Patrimônio, que faz parte da secretaria municipal de Cultura, na semana passada. No documento de 160 páginas, ao qual a FOLHA teve acesso, é destacado que a “solicitação da direção do museu está relacionada aos valores simbólico e histórico da edificação.”

“De grande significado para o desenvolvimento e a identidade da cidade, o prédio da antiga estação ferroviária, construído entre 1946 e 1950, respondeu na sua origem não apenas à demanda por transporte da superprodução cafeeira, mas concretizava uma função simbólica de representação da cidade e das projeções para o seu futuro”, ressaltou um dos trechos, este escrito pela diretora do museu, Edméia Aparecida Ribeiro.

FERROVIÁRIA

A ferroviária funcionou até o início da década de 1980, quando passou o último trem de passageiros. A área na rua Benjamin Constant, com mais de 11 mil metros quadrados, sendo 2.600 de construção, foi cedida pela prefeitura para o museu em 1986. O museu, na época, já tinha cerca de 17 anos. Antes, funcionava nos porões do colégio Hugo Simas, se tornando órgão suplementar da UEL com quatro anos de existência, em 1974.

Caso haja o tombamento, o entorno também terá regras para preservação. No caso da Praça Rocha Pombo, que fica em frente, o espaço já tem resguardo pelo tombamento feito em 1974 pelo Estado da antiga estação rodoviária, atualmente Museu de Artes. Londrina tem dois prédios tombados pelo município: a antiga Casa da Criança e fórum, hoje secretaria de Cultura e biblioteca.

“O tombamento é o instituto jurídico que vai interferir na propriedade da pessoa para que seja permitida a proteção de um bem para que possa ser preservado para as gerações futuras, ou seja, permitindo a preservação da memória da coletividade”, destacou.

OUTRAS SOLICITAÇÕES

A expectativa da diretora é que até o final do ano haja a decisão sobre o pedido do museu histórico e de outras instituições. “Temos solicitação para o Caminhão dos Bombeiros, escola municipal Padre Anchieta, do Heimtal, e a Orquestra Sinfônica e a Feira do Cincão, estes dois últimos como bem imaterial”, listou.

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.