A professora Alessandra Machado Lunkes, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Francisco Beltrão (Sudoeste), foi uma das selecionadas no edital Atlânticas, promovido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e que financiará o envio ao exterior de 69 pesquisadoras negras, indígenas, quilombolas e ciganas brasileiras. A docente da UTFPR irá desenvolver emulsões naturais que têm o potencial de substituir os conservantes sintéticos.

Com isso, o estudo receberá o valor de R$ 104.705,07 para viabilizar a pesquisa no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. Durante o período no exterior, a pesquisadora trabalhará no desenvolvimento de emulsões naturais, com potencial para substituir conservantes sintéticos em alimentos, promovendo alternativas mais seguras e sustentáveis para a indústria alimentícia.

Ao retornar ao Brasil, a pesquisadora planeja continuar o desenvolvimento dessas emulsões, investigando sua viabilidade de aplicação em diferentes matrizes alimentícias. A pesquisa avançará à medida que forem realizados testes práticos para avaliar o comportamento das emulsões em condições reais.

Como acontece com qualquer projeto científico, as hipóteses iniciais serão testadas ao longo do estudo, com os resultados finais sendo confirmados apenas ao se aprofundar nos experimentos e validar as formulações planejadas.

ALTERNATIVAS AOS ADITIVOS ARTIFICIAIS

Segundo a docente, o projeto tem potencial para transformar a indústria de alimentos ao introduzir alternativas aos aditivos artificiais, que são cada vez mais questionados por seus possíveis impactos à saúde e ao meio ambiente.

A ideia é expandir essa linha de estudo para investigar a aplicação das emulsões em diferentes matrizes alimentícias, junto com parceria com estudantes de iniciação científica e tecnologia, que já trabalham no desenvolvimento de cápsulas de conservação. “Trabalhar com conservantes naturais é essencial, não só pela questão da segurança alimentar, mas pela possibilidade de levar ao mercado alternativas mais saudáveis e ambientalmente sustentáveis,” explica.

De acordo com a professora, essa abordagem visa garantir que as propriedades de preservação sejam eficazes e seguras, alinhando a pesquisa ao movimento crescente por soluções alimentares mais saudáveis e naturais.

Além de expandir o alcance da ciência nacional, o projeto inclui ações de divulgação científica e de incentivo a jovens negras no Brasil, reforçando a representatividade e inclusão no meio acadêmico.

(Com informações da UTFPR)