Alexandre Sanches
De Londrina
A cirurgia de redução de estômago feita ontem na dona de casa Lucinéia Pereira dos Santos Silva, 32 anos, com o método de laparoscopia, foi considerada um sucesso. A avaliação é do médico Antônio Carlos Valezi, do Hospital Universitário (HU) de Londrina, que coordenou a equipe local, acompanhado dos médicos Ricardo Cohen e Carlos Aurélio, da Universidade de São Paulo (USP).
A cirurgia demorou cerca de quatro horas. ‘‘Somente no final é que houve a lesão de uma veia. Não foi possível estancar a hemorragia pela laparoscopia, obrigando a gente a ampliar um pouco um dos cortes. Fora isso, a cirurgia foi considerada um sucesso’’, comentou o médico. Ontem de manhã Lucinéia recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi para a Enfermaria, onde aguardará por mais dois dias para receber alta.
Após a alta, Lucinéia terá que realizar uma dieta líquida durante 30 dias, para evitar problemas nos pontos que ligam o minúsculo estômago – o órgão foi reduzido a 10% do seu tamanho normal – ao intestino. Somente após este período de adaptação ela será liberada para as refeições normais, seguindo, a princípio, uma dieta balanceada.
Esta foi a primeira cirurgia bariátrica (redução do estômago) realizada por laparoscopia em Londrina, que passa a ser a primeira cidade do interior a utilizá-la. Até agora o procedimento só tinha sido adotado por hospitais de Goiânia (GO), São Paulo (SP), Curitiba e Rio de Janeiro (RJ).
A intervenção cirúrgica é feita com o apoio de micro-câmeras, que são introduzidas no corpo do paciente. O médico acompanha o movimento dos instrumentos através de um monitor de TV instalado à frente da equipe médica. Os médicos cortam o estômago, deixando uma pequena bolsa – 10% do órgão – que é ligado ao intestino. O restante do estômago, que não receberá mais alimentos, também é religado ao intestino, produzindo somente enzimas.
O médico Antônio Valezi informou que no final deste mês ou início de fevereiro serão feitas mais duas cirurgias bariátricas por laparoscopia. Mas os pacientes que irão ser beneficiados com a cirurgia ainda não foram selecionados.