Uma mulher de 63 anos teve a morte confirmada por dengue em Apucarana (Centro-norte). O óbito aconteceu no dia 22 de agosto, mas foi confirmado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), nesta terça-feira (22). É a primeira morte pela doença registrada no município desde 1998.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Roberto Kaneta, a vítima foi internada quatro dias antes do óbito, com cardiopatia e insuficiência hepática. “A princípio não houve suspeita de dengue porque ela não apresentava nenhum sintoma clássico de dengue e isso gerou uma demora para a confirmação da causa da morte por parte da Secretaria de Estado”, comenta.

O informe da Sesa registrou o caso como a primeira morte no período epidemiológico, que começou a ser monitorado em 26 de julho. Dessa data até hoje, já são 578 confirmações da doença em 93 municípios, sendo que 205 novos casos foram registrados nos últimos quinze dias. Ao todo, 3.468 notificações foram registradas em 229 cidades. Para a Chikungunya, são 14 notificações e, para a Zika, são 2.

Apucarana conta com pouco mais de 136 mil habitantes e tem até o momento, 40 notificações e quatro casos confirmados, incluindo o óbito. Ainda de acordo com o secretário municipal, 15 casos já foram descartados e 21 aguardam o resultado de exames. Em toda a 16ª RS (Regional de Saúde), que envolve 16 municípios além de Apucarana, são 84 notificações e seis confirmados. Na 17ª RS de Londrina, que abrange outros 20 municípios, o número de notificações é de 1.100, com 99 casos confirmados de dengue.

"Estamos trabalhando no enfrentamento ao Aedes aegypti. Desde o mês de agosto, ampliamos o quadro de servidores com uma contratação emergencial de mais 30 agentes de endemias, chegando ao total de 70. Com o calor, a preocupação aumenta, ainda mais porque temos uma baixa adesão da população na eliminação de criadouros. No combate a dengue, precisamos da ajuda de todos", destaca Kaneta.

Plano de ação

Um Plano de Ação para o Enfrentamento da Dengue, Zika vírus e Chikungunya, está sendo elaborado pela Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde. O plano compreende os 5 componentes do Programa Nacional de Controle da Dengue, que são vigilância epidemiológica, controle vetorial, assistência, gestão e comunicação e será apresentado brevemente para aprovação da CIB (Comissão de Intergestores Bipartite), reunindo gestores das esferas estaduais e municipais.

Desde agosto de 2019 o Paraná vive a maior epidemia de dengue com mais de 220 mil casos e 177 óbitos. “Agora, temos ainda o agravante da pandemia da Covid-19, então a atenção de todos deve ser redobrada; infecções pelas duas doenças podem ocorrer simultaneamente deixando a saúde das pessoas ainda mais debilitada”, afirmou o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.

A mudança de estação também aumenta a preocupação dos gestores da Saúde e deve servir de alerta para a população. “Temos uma série histórica de monitoramento da dengue indicando que nas estações quentes existe o aumento da proliferação do mosquito transmissor Aedes aegypti; calor e chuva são propícios para este aumento. Por isso, reiteramos a recomendação para que todos verifiquem locais que possam acumular água”, disse o secretário. (Com AEN)