Mulher grávida e filho apanham; feto morre
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quarta-feira, 25 de outubro de 2000
Paulo Pegoraro De Cascavel
A dona de casa Nilza Urbano, 40 anos, de Cascavel, sofreu espancamentos, assim como seu filho, L.U., de 4 anos, que também foi vítima de tortura. Em função da violência física, a mulher acabou abortando um feto aos 2 meses de gestação. Ela afirma que o autor dos espancamentos é o desempregado Eduardo Schmidt, 38 anos, do qual era companheira, e que está foragido desde ontem, quando o caso foi relatado na Delegacia da Mulher.
Nilza e Eduardo viviam juntos há 2 anos, com L.U., filho da mulher em relacionamento anterior. O feto que estava sendo gerado era do relacionamento com o desempregado, cuja últimas atividade foi vendedor ambulante. Segundo a mulher, ele a agredia por qualquer motivo. No último domingo, desferiu-lhe vários socos, um dos quais na barriga.
Eduardo soube do aborto somente à noite. Por isso, teria decidido se vingar da perda do filho e voltou a espancar a mulher, a socos e com uma ripa, deu chutes e mordidas em L.U. e tentou sufocá-lo com uma camisa enrolada no pescoço. A mulher escondeu o feto para que fosse recolhido pela polícia. A mulher e o menino têm marcas da violência física por todo o corpo. Ela foi encaminhada para o Abrigo Nossa Senhora, especial para mulheres vítimas de violência. L.U. foi levado para o Juizado de Menores. Ele deverá permanecer provisoriamente em um abrigo.
A delegada Paula Martins disse que o feto, levado ao IML, é uma das provas de que Eduardo praticou lesões corporais gravísimas, que são punidas com até 8 anos de reclusão. Ele deve sofrer outros enquadramentos porque também praticou violência contra uma criança.