Sid Sauer
De Campo Mourão
O Ministério Público de Campo Mourão está investigando através de inquérito civil a denúncia que uma funcionária pública lotada no fórum local não estaria frequentando o trabalho. A denúncia foi publicada na edição de setembro do jornal ‘‘Consciência e Luta’’, editado pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado no Paraná.
Ontem, quatro promotores – Rosana Araújo de Sá Ribeiro Pereira, Guilherme de Albuquerque Maranhão Sobrinho, Mauro Sérgio Rocha e José Lafaieti Barbosa Tourinho – assinaram nota para responder solitação da imprensa, confirmando a abertura do inquérito. Na nota, eles dizem que já foram requisitados documentos à direção do Fórum e ao Tribunal de Justiça do Estado, além de ouvidos funcionários do fórum.
A nota assinada pelos promotores não cita nomes, mas a denúncia publicada pelo jornal do sindicato diz que a ‘‘servidora ausente’’ é Ione Alves de Oliveira Macedo. Ela é casada com o diretor do fórum, o juiz James Hamilton de Oliveira Macedo. ‘‘O Ministério Público não tem nenhum vínculo nem subordinação com o Poder Judiciário e vai investigar a fundo essa denúncia’’, disse o promotor Guilherme de Albuquerque Maranhão Sobrinho.
O diretor do Fórum, James Hamilton de Oliveira Macedo, disse ontem que a denúncia é infundada. Segundo ele, Ione é funcionária do Tribunal de Justiça do Paraná desde 1987 e está trabalhando normalmente no Fórum de Campo Mourão como técnica judiciária. ‘‘Quem trabalha no Fórum está acostumado a vê-la’’, disse. Ontem, às 15h45, quando atendeu a imprensa, ele fez questão de chamar Ione em seu gabinete para mostrar que ela estava trabalhando.
Macedo disse que já informou sobre a denúncia à presidência do Tribunal de Justiça e que tem interesse que o caso seja esclarecido o mais rápido possível. ‘‘A notícia do jornal do Sindicato tem causado transtornos no Fórum, inclusive à funcionária’’, disse. ‘‘O que foi denunciado nunca aconteceu no fórum de Campo Mourão.’’
Outra preocupação do juiz é descobrir quem passou a informação ao jornal, sem ter provas. ‘‘Temos que descobrir quem foi para saber porque essa pessoa fez isso’’, explicou. O juiz disse que esse provável funcionário pode sofrer punições, como ser obrigado a se retratar publicamente.