Imagem ilustrativa da imagem MP cumpre mandado na Saúde de Apucarana em investigação de falsa enfermeira
| Foto: Divulgação/Prefeitura de Apucarana

O MP-PR (Ministério Público do Paraná) e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão no âmbito de apuração sobre a conduta da falsa técnica em enfermeira que teria desviado vacinas contra a Covid-19 em Apucarana (Norte). As ordens judiciais foram cumpridas em diversos endereços, inclusive, na Autarquia Municipal de Saúde.

Falsa profissional de saúde teria oferecido doses de vacina a pessoas não contempladas nos grupos prioritários por meio do aplicativo WhatsApp
Falsa profissional de saúde teria oferecido doses de vacina a pessoas não contempladas nos grupos prioritários por meio do aplicativo WhatsApp | Foto: Jorge Hely/FramePhoto/Folhapress

O caso vem sendo investigado pelo Ministério Público após informações de que a falsa profissional de saúde teria oferecido doses de vacina a pessoas não contempladas nos grupos prioritários por meio do aplicativo WhatsApp. Ela trabalhava como voluntária na vacinação contra o coronavirus no município. No último sábado (15), a mulher foi presa em flagrante suspeita de crime de peculato, podendo responder também por falsidade ideológica e infração de medida sanitária.

No cumprimento dos mandados, na quinta-feira (20), foram apreendidos diversos documentos, carteiras de vacinação e equipamentos eletrônicos, que agora serão analisados pelas autoridades responsáveis pela investigação. Segundo o MP-PR, o objetivo é "esclarecer, entre outros pontos, o possível envolvimento de servidores públicos na subtração das doses". Será apurada também a eventual responsabilização de pessoas que possam ter sido beneficiadas com a aplicação da vacina.

DEPOIMENTO

A falsa técnica enfermeira foi presa preventivamente. Na quinta, a mulher prestou depoimento à Comissão Especial criada na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) para apurar possíveis fraudes na vacinação do Estado. Durante a oitiva ela afirmou que os frascos achados em sua residência tinham duas origens: um era da vacina que ela própria tomou e o outro seria destinado a uma família de conhecidos com negócios em Apucarana. Ela negou, no entanto, que tenha comercializado ou oferecido mais doses para outras pessoas.

A mulher também denunciou que era comum a vacinação de pessoas de fora do grupo prioritário no drive-thru que acontece no Ginásio de Esportes Lagoão. De acordo com a falsa profissional de saúde, mais de 20 pessoas com até 40 anos de idade foram vacinas no suposto esquema comandado por um funcionário do posto. A Comissão vai apurar o caso.

PREFEITURA

O secretário de saúde da cidade, Roberto Kaneta, defendeu que após a denúncia foi baixada uma portaria vetando a presença de voluntários e que o coordenador de Epidemiologia da autarquia, que aceitou a falsa profissional de enfermagem, foi afastado. Também foi instaurada uma sindicância para apurar e punir os responsáveis.

"A saúde pública de Apucarana foi vítima dessa situação irregular e, evidentemente, é a principal interessada na apuração de tudo e punição dos responsáveis por condutas irregulares. Estamos colaborando de todas as formas com as investigações deflagradas pela Polícia civil e o Ministério Público Estadual”, frisou. "Adotamos todas as providências cabíveis e esperamos que o caso seja investigado a fundo pela Polícia Civil e o Ministério Público, visando identificar os envolvidos no desvio de vacinas e imunização irregular em Apucarana."

Kaneta disse que cinco servidores concursados foram designados para investigarem as supostas irregularidades. Destes, três são efetivos e dois são suplentes. "Fizemos a nomeação e está sendo acompanhado pelo nosso jurídico para que estas informações sejam o mais sérias possíveis e que possamos adotar medidas. Está sendo conduzido com bastante rigor uma vez que a conclusão da sindicância será encaminhada ao Ministério Público e à Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Paraná", lembrou.

Questionado, o secretário disse que o episódio impactou de forma negativa "porque todos os servidores sentiram o descrédito sobre o trabalho que tem sido feito", lamentou. Ele também ressaltou que a secretaria possui maneiras de controlar todos os frascos das vacinas contra a Covid-19, "tanto os utilizados, quanto os não utilizados", afirmou.

No entanto, ponderou que, mesmo diante da situação, a "população tem procurado a vacinação". Ele ainda informou que o município acabou de vacinar 1.904 idosos entre 68 e 70 anos. (Colaborou Vitor Struck)

(Com informações do MP-PR e Alep)

Atualizada às 17h11

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