Um morador de Apucarana (Norte-Central) capotou o carro na valeta da obra da trincheira que está sendo construída no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, em Londrina, na noite de domingo (11). O motorista, que voltava para casa, relatou que subia a rua Oiapoque e ao fazer a curva passou direto e caiu no canteiro. O homem utilizava cinto de segurança, recebeu atendimento médico, porém, sofreu ferimentos leves e preferiu não ser encaminhado até uma unidade de saúde.

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Quem mora na região da obra, tem comércio ou passa com frequência relata que o acidente foi resultado de um problema ainda maior, que é a sinalização deficitária, a falta de mais informações para alertar os motoristas e até segurança no trecho. Nos dois sentidos da Leste-Oeste os motoristas só têm uma faixa estreita de asfalto à disposição e ao lado não existe contenção em uma parte do trajeto.

“A noite é um perigo passar aqui, ainda mais em dia de chuva, quando a visibilidade diminui. O certo é colocarem alguma barreira entre o final do asfalto e o buraco da obra. Dois, três cones não resolvem nada”, opinou o entregador José Renato Gonçalves Junior. “A questão de segurança e sinalização aqui deixa muito a desejar. Uma obra desse tamanho precisava de uma contenção, de mais placas indicando os desvios”, solicitou a vendedora Rose Franciscon.

Já os pedestres reclamam das dificuldades para atravessar de um ponto a outro da avenida. “Se está ruim para os motoristas, para quem anda a pé a situação é ainda pior. É impossível uma obra desse tamanho sem transtornos, mas tinha que ter mais planejamento. Se quero atravessar a Leste-Oeste tenho que disputar espaço com os carros e ainda andar no barro. Tem calçada aqui que estão fazendo tubulação e também obriga as pessoas a se arriscarem na rua”, constatou o motorista aposentado Jocelino Silva.

PREJUÍZO

Administradora de uma loja de serviços automotivos que fica em um trecho interditado da Leste-Oeste, Renata Cazado cobrou mais sinalização e, principalmente, agilidade para liberar as “marginais” da avenida. “Eles fecharam e tiraram todo o fluxo de clientes. Essa época do ano era para estar lotado, com motoristas fazendo revisão. Mas o movimento caiu cerca de 70% e piorou ainda mais de três meses para cá”, lamentou.

Loja de serviços mecânicos contabiliza queda no número de clientes desde que obra começou
Loja de serviços mecânicos contabiliza queda no número de clientes desde que obra começou | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Os trabalhos começaram em janeiro de 2020 e depois uma prorrogação de prazo a entrega ficou para julho do ano que vem. “O correto seria terminar os trabalhos do lado da construção em si da trincheira, retirar os postes antigos e se concentrar só no túnel. Assim não teria tantos transtornos quanto agora. Muitos comerciantes aqui estão ficando no prejuízo e insatisfeitos”, acrescentou.

‘COBRANDO’

Por meio de nota, a prefeitura informou que “está cobrando a empresa para a sinalização adequada da obra” e reforçou que os motoristas precisam ter atenção ao passar pela construção da trincheira. O município ainda ponderou que o motorista que capotou no fim de semana “tem responsabilidade pelo acidente.”

NOTIFICAÇÃO PARA REPAROS

A empreiteira responsável também foi notificada pelo poder público londrinense para que faça os reparos e acompanhe a estrutura de um estabelecimento que fica perto da obra. Um vazamento de água em uma vala executada pela terceirizada para canalização subterrânea de energia provocou danos no estabelecimento, que é uma oficina e fica na Leste-Oeste, como trincas em paredes e desnivelamento do piso.

ADITIVO

A empreiteira - que tem sede em Curitiba - aceitou o valor estipulado pela prefeitura como reequilíbrio econômico-financeiro pelo remanejamento de rede de distribuição de energia. Na semana passada, a FOLHA mostrou que a empresa pleiteava mais R$ 1,1 milhão, no entanto, o município calculou que o montante atualizado que corresponde à intervenção é de R$ 538 mil. Com isso, o valor total da obra passará de R$ 32,1 milhões para R$ 32,6 milhões.

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