Motoristas e comerciantes cobram mais sinalização em obra de trincheira
Condutor capotou carro em valeta após passar reto em curva; empresários pedem agilidade para liberar trechos da avenida Leste-Oeste
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022
Condutor capotou carro em valeta após passar reto em curva; empresários pedem agilidade para liberar trechos da avenida Leste-Oeste
Pedro Marconi - Grupo Folha

Um morador de Apucarana (Norte-Central) capotou o carro na valeta da obra da trincheira que está sendo construída no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, em Londrina, na noite de domingo (11). O motorista, que voltava para casa, relatou que subia a rua Oiapoque e ao fazer a curva passou direto e caiu no canteiro. O homem utilizava cinto de segurança, recebeu atendimento médico, porém, sofreu ferimentos leves e preferiu não ser encaminhado até uma unidade de saúde.
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Quem mora na região da obra, tem comércio ou passa com frequência relata que o acidente foi resultado de um problema ainda maior, que é a sinalização deficitária, a falta de mais informações para alertar os motoristas e até segurança no trecho. Nos dois sentidos da Leste-Oeste os motoristas só têm uma faixa estreita de asfalto à disposição e ao lado não existe contenção em uma parte do trajeto.
“A noite é um perigo passar aqui, ainda mais em dia de chuva, quando a visibilidade diminui. O certo é colocarem alguma barreira entre o final do asfalto e o buraco da obra. Dois, três cones não resolvem nada”, opinou o entregador José Renato Gonçalves Junior. “A questão de segurança e sinalização aqui deixa muito a desejar. Uma obra desse tamanho precisava de uma contenção, de mais placas indicando os desvios”, solicitou a vendedora Rose Franciscon.
Já os pedestres reclamam das dificuldades para atravessar de um ponto a outro da avenida. “Se está ruim para os motoristas, para quem anda a pé a situação é ainda pior. É impossível uma obra desse tamanho sem transtornos, mas tinha que ter mais planejamento. Se quero atravessar a Leste-Oeste tenho que disputar espaço com os carros e ainda andar no barro. Tem calçada aqui que estão fazendo tubulação e também obriga as pessoas a se arriscarem na rua”, constatou o motorista aposentado Jocelino Silva.
PREJUÍZO
Administradora de uma loja de serviços automotivos que fica em um trecho interditado da Leste-Oeste, Renata Cazado cobrou mais sinalização e, principalmente, agilidade para liberar as “marginais” da avenida. “Eles fecharam e tiraram todo o fluxo de clientes. Essa época do ano era para estar lotado, com motoristas fazendo revisão. Mas o movimento caiu cerca de 70% e piorou ainda mais de três meses para cá”, lamentou.

Os trabalhos começaram em janeiro de 2020 e depois uma prorrogação de prazo a entrega ficou para julho do ano que vem. “O correto seria terminar os trabalhos do lado da construção em si da trincheira, retirar os postes antigos e se concentrar só no túnel. Assim não teria tantos transtornos quanto agora. Muitos comerciantes aqui estão ficando no prejuízo e insatisfeitos”, acrescentou.
‘COBRANDO’
Por meio de nota, a prefeitura informou que “está cobrando a empresa para a sinalização adequada da obra” e reforçou que os motoristas precisam ter atenção ao passar pela construção da trincheira. O município ainda ponderou que o motorista que capotou no fim de semana “tem responsabilidade pelo acidente.”
NOTIFICAÇÃO PARA REPAROS
A empreiteira responsável também foi notificada pelo poder público londrinense para que faça os reparos e acompanhe a estrutura de um estabelecimento que fica perto da obra. Um vazamento de água em uma vala executada pela terceirizada para canalização subterrânea de energia provocou danos no estabelecimento, que é uma oficina e fica na Leste-Oeste, como trincas em paredes e desnivelamento do piso.
ADITIVO
A empreiteira - que tem sede em Curitiba - aceitou o valor estipulado pela prefeitura como reequilíbrio econômico-financeiro pelo remanejamento de rede de distribuição de energia. Na semana passada, a FOLHA mostrou que a empresa pleiteava mais R$ 1,1 milhão, no entanto, o município calculou que o montante atualizado que corresponde à intervenção é de R$ 538 mil. Com isso, o valor total da obra passará de R$ 32,1 milhões para R$ 32,6 milhões.
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