Problemas relatados pela comunidade acontecem em uma área de fundo de vale
Problemas relatados pela comunidade acontecem em uma área de fundo de vale | Foto: Micaela Orikasa/Grupo Folha

Basta chegar ao final da rua Capitão João Busse, no jardim Nova Conquista, na zona leste de Londrina, para entender a reclamação dos moradores à FOLHA. A área é um fundo de vale, localizado ao lado do PEV (Ponto de Entrega Voluntária) e tem funcionado como ponto de reciclagem, com todo tipo de material. A reportagem esteve no local nesta quinta (17) de manhã e um grupo de homens estava abordando pessoas nas ruas, intimidando quem passasse por ali.

“O problema é fora do ecoponto porque virou um lugar de despejo de todo tipo de material. É tanto lixo que invade as calçadas e a rua. Estamos convivendo com a fumaça preta que vem das queimadas de fios e cabos, os insetos e mau cheiro pelo acúmulo de lixo e, principalmente, a insegurança pelo trânsito de pessoas vendendo e usando drogas. Eu não me identifico porque tenho medo de represália”, comenta um morador do bairro. Ele disse que já acionou a GM (Guarda Municipal), mas que a ocorrência não foi atendida.

Também sem se identificar, uma outra moradora do bairro disse estar com muito medo. “Aumentou muito o número de pessoas passando pela rua, abordando os moradores, pedindo dinheiro e comida. Agora, eles estão dormindo também em frente das casas e dá para ver que são usuários de drogas. Isso aqui virou uma bagunça”, reclamou.

CMTU

O PEV da zona leste foi implantando em 2015 pela CMTU para normatizar e regularizar o despejo de entulhos de construção e dos resíduos verdes (de jardinagem), transportados por carroceiros ou veículos. Esses espaços são licenciados e autorizados pelos órgãos ambientais, como o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e Sema (Secretaria do Ambiente).

Apesar do lixo acumulado próximo ao PEV, a entrada do serviço está desobstruída e um alambrado limita o espaço. Também há uma guarita com a presença de um fiscal. A CMTU informou que o serviço está funcionando normalmente de segunda a sexta, das 8h às 16h45 e aos sábados, das 8h às 11h45. A população pode denunciar descartes irregulares nos PEVs, pelo telefone do (43) 3379-7946 ou enviar e-mail para [email protected].

GUARDA MUNICIPAL

O secretário municipal de Defesa Social, coronel Pedro Ramos, respondeu que os contatos que a comunidade faz com a GM ficam registrados e que essas ligações dos moradores serão apuradas. “Sobre o descarte irregular, se for em flagrante, nós vamos ao local e nossas equipes atendem a qualquer hora. Mas se é do histórico do local, o correto é comunicar a CMTU e ou a Sema (secretaria municipal de Ambiente)”, diz.

Sobre o patrulhamento no bairro, ele explica que esse trabalho é associado à segurança dos órgãos públicos. “Na questão do tráfico de drogas, a GM atua na mesma condição, porém, o denunciante também pode e deve acionar às outras forças de segurança do estado. A GM atende, como tem feito em grande escala, quando em patrulhamento pelos órgãos públicos, que é sua missão primária”. Ramos ressaltou que é importante a população fazer o registro pelo fone 153 para que "possamos planejar e organizar o patrulhamento em razão da demanda apresentada".

A FOLHA procurou a Sema, que informou que a Diretoria de Gestão de Bens Municipais está acompanhando a situação. "As áreas ocupadas já estão mapeadas e o processo será remetido para ação de reintegração de posse", declarou a secretaria.

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