As lonas que cobrem as placas com as informações sobre a obra podem evitar que as pessoas vejam as datas atrasadas, no entanto, não conseguem esconder o sentimento de indignação. Moradores de Lerroville, região sul de Londrina, cobram a finalização e entrega das intervenções na UBS (Unidade Básica de Saúde) do distrito. A autorização para a revitalização foi dada em novembro de 2018, com prazo vencendo em abril do ano passado.

Mais de um ano depois, a unidade está fechada e com a reforma prometida pelo poder público municipal sem término. “Faz tempo que está parada e que não vejo ninguém trabalhando. Não sei o motivo de estar desse jeito, mas está devagar”, relatou a dona de casa Maria Aparecida Pereira dos Santos, que mora em frente. “Pelo jeito está faltando fazerem algum serviço interno”, apontou.

O custo da obra era de pouco mais de R$ 200 mil e a prefeitura divulgou, na época, que seriam realizadas melhorias em áreas como telhado, rufos, calhas, pintura de todo o ambiente, troca de pisos quebrados, substituição de vidros e revisão nas instalações hidráulicas e elétricas. Quem passa pela rua da UBS consegue ver que a pintura externa foi feita, no entanto, ao verificar o interior é possível encontrar muito lixo, sinais de vandalismo e parte do forro que se desprendeu.

“Tinham que fazer o que falta logo e liberar para a população. Hoje as pessoas precisam ir em outro lugar para conseguir consulta e fica longe, ainda mais para quem é de idade. Pago meus impostos em dia e queria ver tudo em ordem, mas não é isso que acontece, infelizmente”, lamentou o agricultor Laurindo da Silva, morador da Vila Rural. “A estrada que uso está cheia de buracos. Passar com carro destrói tudo”, acrescentou.

SEDE PROVISÓRIA

Desde o início da revitalização, a unidade de saúde em Lerroville está funcionando em um prédio que foi improvisado na entrada do distrito, onde funcionava o salão comunitário. “As salas são dividas com armários ou biombos. Não tem comparação com o posto, mesmo antes da reforma. É muito fora de mão, só Deus na causa”, afirmou a dona de casa Maria Roseli Inácio da Silva.

LICITAÇÃO

A prefeitura rompeu o contrato com a empresa de Londrina que havia ganhado a licitação. A justificativa para a medida foi problemas na documentação, o que impossibilitaria o andamento das atividades. Um novo edital foi publicado neste ano, com a contratação de uma construtora de Centenário do Sul (Região Metropolitana de Londrina). Com a ordem de serviço assinada na semana passada, a construtora já recebeu as chaves do imóvel e está autorizada a retomar o serviço, cujo custo chega a R$ 178 mil.

Questionado na tarde desta segunda-feira (31), o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, disse que o cronograma fala em cerca de três meses para a conclusão da reforma. "O cronograma da obra são 90 dias após a ordem de serviço e esta empresa vai terminar o que faltou. Lembrando que a empresa anterior havia feito uma boa parte da obra já", avaliou.

Na descrição das tarefas que a contratada terá que executar está assentamento de azulejos, calçadas em concreto, piso tátil, revisão de esquadrias metálicas e de madeira, colocação de vidros, revisão da instalação hidráulica e elétrica, “comunicação visual”, armários, guarda-corpos, bancadas e pintura. (Colaborou Vitor Struck)

Atualizada às 15h30