Moradores da zona leste de Londrina estão mobilizados em busca de um pronto atendimento que funcione 24 horas na região. Várias listas para colher assinaturas foram espalhadas em estabelecimentos comerciais da localidade e igrejas, além dos próprios populares. A meta é conseguir, no mínimo, cinco mil nomes até a segunda quinzena de fevereiro.

“A zona leste é a segunda maior da cidade, calculamos que tem 19% da população de Londrina. Pedimos um olhar de carinho para a nossa região porque atualmente está esquecida neste sentido”, destacou o empresário Pedro Vitor da Silva, que vive no conjunto Alexandre Urbanas. “A população se uniu e queremos conseguir essa unidade por meio do diálogo. Estamos nisso pelo bem do povo”, acrescentou.

A reclamação dos moradores é de que diferente de outras regiões da cidade, a leste não conta com uma unidade de saúde que funcione durante a noite. A alegação é de que a zona oeste tem as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Sabará e do Jardim do Sol e o pronto atendimento do Leonor; a norte tem um hospital secundário e o pronto atendimento do Maria Cecília; enquanto a sul também conta com hospital e o pronto atendimento do União da Vitória.

DIFICULDADE

De acordo com a comerciante Maristela Ferro Stelzer, a demanda é antiga e desde o ano passado passou a ser fomentada com mais ênfase, com o abaixo-assinado iniciado há cerca de um mês. “Nossa região tem bairros grandes e importantes, como o Lindoia, Mister Thomas, Ernani Moura Lima, Guilherme Pires, San Fernando, Limoeiro. Temos o HU (Hospital Universitário), porém, só atende casos graves ou de encaminhamento”, elencou.

Por conta da falta de um lugar próximo, o argumento é de que a distância dificulta o acesso a um tratamento de saúde em situações consideradas leves ou de média complexidade no período noturno e madrugada. “A maioria das pessoas que precisam não tem carro. Depois da meia-noite, o ônibus é difícil porque são poucos. Então, as pessoas precisam atravessar a cidade para procurar atendimento, sendo que muitas não têm condições de pagar por um táxi, motorista de aplicativo”, pontuou Pedro Vitor da Silva.

ADAPTAÇÃO

As lideranças do movimento ainda não procuraram o poder público e o planejamento é para que isso seja feito após encerradas as coletas de assinaturas. “Pensamos em cinco mil por ser um número expressivo para apresentar ao prefeito e secretário de Saúde para protocolar essa reivindicação”, explicou o advogado Eliakim Moura Junior, que mora no jardim Antares. Entre os locais com as listas estão dois supermercados situados na avenida São João, um na rua Mangaba e as paróquias São Luiz Gonzaga e Santa Rita de Cássia.

Considerando o pedido como urgente, os moradores ressaltam que não seria necessária a construção de um novo prédio, mas a adaptação de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) da localidade já ajudaria. “É uma situação de emergência e o que a população precisa é de atendimento. A prefeitura pode, por exemplo, colocar mais médicos e otimizar a estrutura da UBS do Armindo Guazzi. Construir uma UPA demandaria recursos federais e ficaria mais difícil”, sugeriu Moura.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, está em viagem a Curitiba e não respondeu à reportagem até o fechamento da matéria.