De acordo com a PM, a principal infração na avenida é o desrespeito ao limite de velocidade
De acordo com a PM, a principal infração na avenida é o desrespeito ao limite de velocidade | Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

“A faixa de pedestres está aqui. Como as pessoas não a enxergam? Minha mãe estava atravessando corretamente a avenida, no seu direito de ir e vir”. Com um misto de tristeza e indignação, Nara Cordeiro conversou com motoristas e distribuiu panfletos na manhã deste domingo (13), na avenida Saul Elkind, zona norte de Londrina. Familiares e amigos se uniram em uma blitz educativa em memória de Maria Luiza de Mello Cordeiro. Ela tinha 77 anos quando foi atingida por um veículo ao atravessar na faixa de pedestres, na altura do Conjunto Parigot de Souza 2. O acidente aconteceu no dia 13 de setembro de 2020.

“Estamos pedindo para que os condutores sejam conscientes no trânsito e queremos também que uma faixa elevada seja instalada neste trecho. Estamos coletando assinaturas para enviar esse pedido à prefeitura”, conta a filha da vítima.

De acordo com o sargento Luis André Luz, da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, a maior infração na avenida é o desrespeito ao limite de velocidade, que é de 50 km/h. Há pouco mais de um ano, uma criança também morreu no local, vítima do trânsito. Após o episódio, um radar de velocidade foi instalado a cerca de 50 metros da faixa de pedestres. Mas, de acordo com os moradores, a sinalização não é suficiente. "O pessoal diminui um pouco a velocidade para passar no radar e voltam a correr", observa Leonilda Geraldo dos Reis.

Lucelene Lopes Stein, outra moradora do bairro, comenta que o sentimento é de dor a cada acidente que presencia. “O da senhora Maria Luiza eu vi tudo. Ela estava atravessando na faixa e foi arremessada. Dói na gente. É muito desrespeito, especialmente aos idosos que estão o tempo todo circulando por aqui”, diz. No local onde houve o atropelamento, o fluxo de veículos leves e pesados é intenso, assim como o de pedestres, por causa de uma igreja, farmácia e supermercado nas imediações.

Familiares e amigos de vítima de 77 anos se uniram em uma blitz educativa
Familiares e amigos de vítima de 77 anos se uniram em uma blitz educativa | Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

Segundo Valdir de Oliveira, coordenador do Núcleo de Apoio às Vítimas de Trânsito do Cedetran (Centro Intersetorial de Prevenção de Acidente de Trânsito do Paraná), somente em 2020 o trânsito em Londrina fez 22 vítimas fatais por atropelamento. “Só vamos mudar esse número com a conscientização. A poucos metros daqui temos ainda a UBS do Parigot de Souza e também gostaríamos de uma faixa elevada ou um reforço na sinalização para que os pacientes tenham segurança”, comenta.

O Cedetran surgiu há 12 anos em Londrina, com o objetivo de realizar um trabalho independente para a prevenção de acidentes de trânsito. O presidente da entidade, Claudio Augusto, que também esteve à frente da blitz educativa, observa que nos últimos anos aumentou muito o número de veículos circulando pela cidade, assim como as infrações. “É preciso conhecer e ter atenção à leis de trânsito. Temos visto com muita frequência o desrespeito à faixa de pedestres, o avanço do sinal vermelho e o uso de celular ao volante”, afirma.

O Cedetran foi declarado de Utilidade Pública Municipal (Lei 12.307 de 2015) e conta com o apoio institucional de entidades como a OAB/PR (Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná) e o reconhecimento de sua importância pelo Detran/PR (Departamento de Trânsito do Paraná) e do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).